quinta-feira, 19 de novembro de 2009
PRAZO ENCERRADO PARA POSTAGENS VALENDO NOTA. DAQUI PRA FRENTE É POR PURO PRAZER!
JUCA PIRAMA - Gonçalves Dias
São rudos, severos, sedentos de glória, Já prélios incitam, já cantam vitória, Já meigos atendem à voz do cantor: São todos Timbiras, guerreiros valentes! Seu nome lá voa na boca das gentes, Condão de prodígios, de glória e terror!
As tribos vizinhas, sem forças, sem brio, As armas quebrando, lançando-as ao rio, O incenso aspiraram dos seus maracás: Medrosos das guerras que os fortes acendem, Custosos tributos ignavos lá rendem, Aos duros guerreiros sujeitos na paz. No centro da taba se estende um terreiro, Onde ora se aduna o concílio guerreiro Da tribo senhora, das tribos servis: Os velhos sentados praticam d’outrora, E os moços inquietos, que a festa enamora, Derramam-se em torno dum índio infeliz
Acerva-se a lenha da vasta fogueira Entesa-se a corda da embira ligeira, Adorna-se a maça com penas gentis: A custo, entre as vagas do povo da aldeia Caminha o Timbira, que a turba rodeia, Garboso nas plumas de vário matiz. Em tanto as mulheres com leda trigança, Afeitas ao rito da bárbara usança, índio já querem cativo acabar: A coma lhe cortam, os membros lhe tingem, Brilhante enduape no corpo lhe cingem, Sombreia-lhe a fronte gentil canitar,
Que tens, guerreiro? Que temor te assalta No passo horrendo? Honra das tabas que nascer te viram, Folga morrendo. Folga morrendo; porque além dos Andes Revive o forte, Que soube ufano contrastar os medos Da fria morte. Rasteira grama, exposta ao sol, à chuva, Lá murcha e pende: Somente ao tronco, que devassa os ares, O raio ofende!
Em larga roda de novéis guerreiros Ledo caminha o festival Timbira, A quem do sacrifício cabe as honras, Na fronte o canitar sacode em ondas, O enduape na cinta se embalança, Na destra mão sopesa a iverapeme, Orgulhoso e pujante. - Ao menor passo Colar d’alvo marfim, insígnia d’honra, Que lhe orna o colo e o peito, ruge e freme, Como que por feitiço não sabido Encantadas ali as almas grandes Dos vencidos Tapuias, inda chorem Serem glória e brasão d’imigos feros.
Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci; Sou bravo, sou forte, Sou filho do Norte; Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi.
Já vi cruas brigas, De tribos imigas, E as duras fadigas Da guerra provei; Nas ondas mendaces Senti pelas faces Os silvos fugaces Dos ventos que amei. Andei longes terras Lidei cruas guerras, Vaguei pelas serras Dos vis Aimoréis; Vi lutas de bravos, Vi fortes - escravos! De estranhos ignavos Calcados aos pés.
Meu pai a meu lado Já cego e quebrado, De penas ralado, Firmava-se em mi: Nós ambos, mesquinhos, Por ínvios caminhos, Cobertos d’espinhos Chegamos aqui! O velho no entanto Sofrendo já tanto De fome e quebranto, Só qu’ria morrer! Não mais me contenho, Nas matas me embrenho, Das frechas que tenho Me quero valer.
Nos resta de sofrer? - que novas dores, Que outro fado pior Tupã nos guarda? - As setas da aflição já se esgotaram, Nem para novo golpe espaço intacto Em nossos corpos resta. - Mas tu tremes! - Talvez do afã da caça.... - Oh filho caro! Um quê misterioso aqui me fala, Aqui no coração; piedosa fraude Será por certo, que não mentes nunca! Não conheces temor, e agora temes? Vejo e sei: é Tupã que nos aflige, E contra o seu querer não valem brios. Partamos!... -
"Eu porém nunca vencido, Nem nos combates por armas, Nem por nobreza nos atos; Aqui venho, e o filho trago. Vós o dizeis prisioneiro, Seja assim como dizeis; Mandai vir a lenha, o fogo, A maça do sacrifício E a muçurana ligeira: Em tudo o rito se cumpra! E quando eu for só na terra, Certo acharei entre os vossos, Que tão gentis se revelam, Alguém que meus passos guie; Alguém, que vendo o meu peito
Coberto de cicatrizes, Tomando a vez de meu filho, De haver-me por se ufane!" Mas o chefe dos Timbiras, Os sobrolhos encrespando, Ao velho Tupi guerreiro Responde com tôrvo acento: - Nada farei do que dizes: É teu filho imbele e fraco! Aviltaria o triunfo Da mais guerreira das tribos Derramar seu ignóbil sangue: Ele chorou de cobarde; Nós outros, fortes Timbiras, Só de heróis fazemos pasto. -
Do velho Tupi guerreiro A surda voz na garganta Faz ouvir uns sons confusos, Como os rugidos de um tigre, Que pouco a pouco se assanha!
"Que a teus passos a relva se torre; Murchem prados, a flor desfaleça, E o regato que límpido corre, Mais te acenda o vesano furor; Suas águas depressa se tornem, Ao contacto dos lábios sedentos, Lago impuro de vermes nojentos, Donde fujas com asco e terror! "Sempre o céu, como um teto incendido, Creste e punja teus membros malditos E oceano de pó denegrido Seja a terra ao ignavo tupi! Miserável, faminto, sedento, Manitôs lhe não falem nos sonhos, E do horror os espectros medonhos Traga sempre o cobarde após si.
"Um amigo não tenhas piedoso Que o teu corpo na terra embalsame, Pondo em vaso d’argila cuidoso Arco e frecha e tacape a teus pés! Sê maldito, e sozinho na terra; Pois que a tanta vileza chegaste, Que em presença da morte choraste, Tu, cobarde, meu filho não és."
Era ele, o Tupi; nem fora justo Que a fama dos Tupis - o nome, a glória, Aturado labor de tantos anos, Derradeiro brasão da raça extinta, De um jacto e por um só se aniquilasse. - Basta! Clama o chefe dos Timbiras, - Basta, guerreiro ilustre! Assaz lutaste, E para o sacrifício é mister forças. -
O guerreiro parou, caiu nos braços Do velho pai, que o cinge contra o peito, Com lágrimas de júbilo bradando: "Este, sim, que é meu filho muito amado! "E pois que o acho enfim, qual sempre o tive, "Corram livres as lágrimas que choro, "Estas lágrimas, sim, que não desonram."
Fonte:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=16652
GRUPO:
Gustavo Arai nº12
Hugo Spiguel nº13
Otávio Arai nº24
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Cartas de Mário de Sá-Carneiro a Fernando Pessoa
Cartas de Mário de Sá-Carneiro a Fernando Pessoa
Como escritor, Mário de Sá-Carneiro demonstra, na fase inicial da sua obra, influências do decadentismo e até do saudosismo, numa estética do vago, do complexo e do metafísico. Aderiu posteriormente às correntes de vanguarda do paúlismo, do sensacionismo e do interseccionismo, apresentadas por Fernando Pessoa.
O delírio e a confusão dos sentidos, marcas da sua personalidade, sensível ao ponto da alucinação, com reflexos numa imagística exuberante, definem a sua egolatria, uma procura de exprimir o inconsciente e a dispersão do eu no mundo. Acompanhe:
“ Não perdi a minha alma/ Fiquei com ela, perdida/ Assim eu choro, da vida,/ A morte da minha alma. “
Este narcisismo, frustrada a satisfação das suas carências, levou-o a um sentimento de abandono e a uma poesia auto-sarcástica, expressa em poemas como Serradura, Aqueloutro ou Fim, revendo-se o poeta na imagem de um menino inútil e desajeitado, como em Caranguejola.
A sua crise de personalidade, que se traduziu no frenesi da experiência sensorial e no desejo do extravagante, foi a da inadequação e da solidão, da incapacidade de viver e de sentir o que desejava que o levou a uma tentativa de dissolução do ser, consumada na morte.
É a correspondência para Fernando Pessoa que permite traçar o mais fiel retrato de Mário de Sá-Carneiro, mas também seguir-lhe os passos quase diários em Paris, assistir ao seu deslumbramento e à sua autoflagelação, aos seus entusiasmos e decepções, acompanhar a sua caminhada para o abismo, intuir os seus desesperos no silêncio das entrelinhas ou nos múltiplos pontos de exclamação que pontuam a sua escrita.
Se aquilo que sobressai neste conjunto de cartas é o drama íntimo daquele que as envia, não é menos evidente que é fundamentalmente de literatura, de arte que se trata que é também a história da geração de Orpheu que, através delas, se torna mais clara, mais rica.
Orpheu
Orpheu marcou a história da literatura portuguesa do século XX, sendo considerado o marco inicial do modernismo
Para entender o livro, a vida de Mario de Sá
Nasceu em Lisboa no dia 19 de maio de 1890. Os primeiros anos de sua vida são marcados pela dor causada pela morte da mãe, em 1892, quando ele tinha apenas dois anos. Em 1911 matricula-se na Faculdade de Direito de Coimbra e, no ano seguinte, transfere-se para Universidade de Paris para dar continuidade ao curso de Direito, que não conseguiu concluir. Ainda em 1912 publica a peça teatral "Amizade" e o volume de novelas "Princípio". Nessa época, começa a corresponder-se com Fernando Pessoa.
Nessa correspondência já é refletido o agravamento dos seus problemas emocionais e as idéias de morte e suicídio. Em 1914, além de publicar as obras "Dispersão" e "A confissão de Lúcio", Sá Carneiro intensifica sua correspondência com Fernando Pessoa, a quem envia seus poemas e projetos de obras, revelando crescentes sinais de pessimismo e desespero. Em 1915, como integrante do grupo modernista em Portugal, participa do lançamento da revista "Orpheu". No segundo volume dessa revista publica o poema futurista "Manucure", que, ao lado do poema "Ode triunfal" de Álvaro de Campos (Heterônimo de Fernando Pessoa), provocam impacto e polêmicas nos meios literários.
Ainda em 1915 regressa à Paris, onde passa por constantes crises de depressões, que são agravadas por causa das suas dificuldades financeiras. Em 1916, numa carta a Fernando Pessoa, anuncia a sua intenção de suicídio, o que efetivamente ocorre no dia 26 de Abril, num quarto do Hotel Nice,
Fonte:
http://www.astormentas.com/carneiro.htm
Por
Renê
Maria Isabela
Maria Carolina
Thamires Targa
2º E.M
MACHADO DE ASSIS – MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS
A história é narrada por Brás Cubas, um defunto autor que após narrar sua morte e funeral começa a contar a sua vida. Conta a infância, as travessuras, o primeiro namoro com Marcela (interesseira e bela, fica pobre e feia), um namoro com Eugênia (que acaba pobre) e mais tarde seu noivado com Virgília. Como Virgília casa com outro eles mais tarde se tornam amantes. O romance era ajudado por Dona Plácida (que também morre pobre) e acaba quando esta vai para o Norte com o marido. Conta então seu reencontro com o amigo Quincas Borba (primeiro na miséria, depois rico, depois miserável e louco), que lhe expõem sua filosofia, o Humanitismo. Cubas passa seguir o Humanitismo. Já deputado, não se reelege ou se torna ministro e funda um jornal de oposição baseado no Humanitismo. Mais velho se volta para a caridade e morre logo após criar um emplasto que curaria a hipocondria e lhe traria fama.
Brás Cubas - narrador, morto aos 64 anos, ainda próspero e rijo, fidalgo.
Marcela - segundo grande amor de Brás Cubas, uma prostituta de elite, cujo amor por Brás duraria quinze meses e onze contos de réis.
Virgília - filha do comendador Dutra, segundo o pai de Brás, Bento Cubas, a Ursa Maior amante de Brás Cubas; casa-se com Lobo Neves por interesse.
Quincas Borba - menino terrível que dava tombos no paciente professor Barata, colega de escola de Brás que o encontrará mais tarde, mendigo, que rouba-lhe um relógio mas retorna-o ao colega após receber uma herança. Desenvolve a filosofia do humanismo: ao vencedor, as batatas; ao vencido, ódio ou compaixão.
Eugênia - filha de Eusébia e Vilaça, menina bela, embora manca.
Nhá Loló - moça simplória; tinha dotes de soprano; morre de febre amarela.
Cotrim - casado com Sabina, irmã de Brás; ambos interesseiros.
Nhonhô - filho de Virgília.
D. Plácida - empregada de Virgília; confidente e protetora de sua relação extra conjungal.
Lobo Neves - casado com Virgília; homem frio e calculista.
MAÍSA COSTA / YURI SANCHES – 1. EM
Libertinagem
Libertinagem, de Manuel Bandeira
Resumo
Publicado em 1930, Libertinagem constitui o primeiro livro
inteiramente modernista de Manuel Bandeira, e é seu quarto livro de poemas. É uma sucessão de poemas espantosos, cheios de novidade, humor, erotismo, refinamento musical, força de imagens – tudo isso produzindo uma intensidade emocional que, às vezes, aproxima-se do piegas, mas nunca cai nele.
É notória sobretudo a renovação da linguagem, neste livro. Numa fuga à expressão "poética", ao "belo" tradicional, Manuel Bandeira explora os veios da fala cotidiana, coloquial e popular usando um "prosismo poético". Tira poema de notícia de jornal, de frases de todo dia.
Com esse material traduz as dores do mundo, a vida e a morte, não na dolência ou balanceio da poesia habitual, mas numa secura e por vezes num "humor que ostenta a rara qualidade de ser ao mesmo tempo trágico". Exemplos citados são Pneumotórax e Poema Tirado de uma Notícia de Jornal, entre outros.
A essa orientação coloquial-irônica pertence também a Balada das Três Mulheres do Sabonete Araxá, escrita pelo poeta depois de ter visto um cartaz do dito sabonete. Neste como em outros poemas, vê-se a intenção de poetar o prosaico, o insignificante - atitude típica do Modernismo e da arte bandeiriana.
Personalista, a poesia de Manuel Bandeira assemelha-se a uma espécie de diário íntimo em que os acontecimentos do mundo se refletem nas imagens da vida íntima e pessoal, como se a expressão poética resultasse da soma entre a confidência e a notação exterior, a contemplação da realidade, numa atitude de estranheza do poeta em relação ao mundo. Surge aí a força humanizadora de sua poesia, marcada por intensa paixão pela vida e por ardente ternura. Tal atitude não pressupõe o sentimentalismo fácil; ao contrário, deplora-o através do despojamento, da simplicidade e da reflexão. Reveste-a o tom irônico e tantas vezes amargo de seus poemas, em que se destacam ainda temas como o tédio, a melancolia; o amor, o erotismo; a solidão, a angústia existencial; o popular e o folclórico; a fuga do espaço, o escapismo.
Seguindo Ritmo Dissoluto, o livro contém trinta e oito poemas escritos entre 1924 e 1930; na maioria deles, podemos observar a intenção do poeta de romper com as formas tradicionais, acadêmicas e passadistas. Esta tem sido considerada a obra mais vanguardista de Manuel Bandeira, aquela em ele praticou mais livremente a própria liberdade formal, valendo-se de versos e estrofação irregulares e abandonando a rima, além de empregar largamente o coloquial, numa atitude inequivocamente antiformalista. Exemplos claros são Poética, verdadeira profissão de fé modernista, e Poema Tirado de Uma Notícia de Jornal.
Alguns dos poemas mais famosos de Bandeira fazem parte deste livro: Pneumotórax, cena de humor negro envolvendo um tuberculoso e um médico infame; Pensão familiar, cena do cotidiano de uma “pensãozinha burguesa”, com o inesquecível gatinho que “faz pipi” e “encobre cuidadosamente a mijadinha” – “a única criatura fina da pensãozinha burguesa”; Profundamente, um dos grandes poemas da morte deste grande poeta da morte, e, talvez o mais célebre de seus poemas, Vou-me embora pra Pasárgada, deliciosa utopia que apresenta a fantasia de um país em que todos os desejos se satisfazem, especialmente os desejos sexuais:
“Vou-me embora prá Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora prá Pasárgada” (...)
Tematicamente, o livro percorre as linhas-mestras abordadas por Manuel Bandeira, que são: lidar com o aspecto autobiográfico, tratado ora melancolicamente: Não sei dançar, Andorinha e Profundamente; ora ironicamente: Pneumotórax; ou ocasionalmente: Vou-me embora pra Pasárgada, como já observado. Preocupa-se com assuntos extraídos do dia-a-dia, como em Irene no Céu e Poema tirado de uma notícia de jornal, ou ainda com o transcrever de experiências poéticas, com preocupações de definição da poesia, como está exemplificado em Poética, considerada a profissão de fé da estética modernista.
Com a mesma melancolia das passagens autobiográficas, acrescida de um saudosismo tristonho e quase romântico, são evocadas paisagens antigas (Evocação do Recife) ou paisagens que entram na vida do escritor mais recentemente (Mangue). Sem dúvida, o mais profundo poema de Manuel Bandeira é, de certa forma, o hino de seu sentimentalismo, O último poema, que encerra o próprio sentido de poesia do escritor:
"Assim eu quereria o meu último poema
Que fosse tenro dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicídios que se matam sem explicação."
A principal característica da obra de Bandeira é, sem sobra de dúvidas, o emprego do verso livre. No entanto, isso não significa que Bandeira não fizesse uso das formas fixas. Nas suas últimas obras ele utilizou-se muito da forma mais clássica de todas: o soneto.
Os versos livres de Bandeira sempre foram escritos sem preocupações. Ele não gostava de modificar nada. Até mesmo, segundo o próprio poeta, o poema Vou me embora para Pasárgada foi escrito dessa forma: "Saiu sem esforço, como se estivesse pronta dentro de mim"
Os principais temas de seus poemas foram: solidão, dor e o medo da morte. O cotidiano de Santa Tereza, local
onde morava, era constantemente transformado em crônicas.
DISPERSÃO : Mário de Sá Carneiro .
O delírio e a confusão dos sentidos, marcas da sua personalidade, sensível ao ponto da alucinação, com reflexos numa imaginação exuberante, definem a sua egolatria, uma procura de exprimir o inconsciente e a dispersão do eu no mundo. Este narcisismo, frustrada a satisfação das suas carências, levou-o a um sentimento de abandono e a uma poesia auto-sarcástica,revendo-se o poeta na imagem de um menino inútil e desajeitado. A sua crise de personalidade, que se traduziu no frenesi da experiência sensorial e no desejo do extravagante, foi a da inadequação e da solidão, da incapacidade de viver e de sentir o que desejava, que o levou a uma tentativa de dissolução do ser, consumada na morte. Foi autor da coletânea de contos Princípio (1912), de que se destaca O Incesto, e do volume póstumo Indícios de Ouro (1937). As suas Cartas a Fernando Pessoa foram reunidas em dois volumes, em 1958 e 1959.
• Perdi-me dentro de mim / Porque eu era labirinto, / E hoje, quando me sinto, / E com saudades de mim. A dor sentir-se vivo e o desejo de equilíbrio também estão presentes, assim como o desespero, a profunda tristeza que o levará a dizer: O pobre moço das ânsias... / Tu, sim, tu eras alguém! / E foi por isso também / Que te abismaste nas ânsias.Na essência da sua poesia surge a busca do seu ideal de poeta, a renuncia que dele exige. Tudo constitui um mundo de dúvidas, de ânsias, de angustias. A poesia de Sá-Carneiro nasceu madura, na plena posse dos seus recursos, na luz da escuridão.
A obra de Mário Sá-Carneiro está intimamente relacionada a sua vivência pessoal, ou seja, revela toda a sua inadaptação ao mundo e a constante busca do seu próprio eu. Isso faz com que o poeta mergulhe no seu mundo interior e, diferente de Fernando Pessoa, que se desdobrou em heterônimos, atinja a autodestruição. Para o bom entendimento da obra de Mário de Sá Carneiro é necessária a análise das "Cartas a Fernando Pessoa", publicadas postumamente, onde o autor deixa claro toda a angustia que sentia .
É um dos nossos maiores poetas do Modernismo, talvez o que melhor exprime a angustia de não saber quem é, e o que isso reflete em seu modo de vida e de percepção do mundo a sua volta, ora com decepção ao jeito simbolista, ora inebriada pelas sensações e entusiasmos do futurismo.Exprimia em suas obras quem realmente era: um menino perdido, que não se encontra no mundo em que vive, e assim confuso e perdido, desesperasse .
A sua poética afasta-se de uma preocupação meramente formal da experiência literária, centrando nela embora o seu discurso, mas nela fundamentando as interrogações e a afirmação de anseios que dão sentido a uma existência que, no entanto as não encontram.
Divago por mim mesmo a procurar ,
Desço-me todo, em vão, sem nada achar,
E a minh’alma perdida não repousa.
Nada tenho, decido-me a criar:
Brando a espada: sou luz harmoniosa
E chama genial que tudo ousa
Unicamente a força de sonhar ...
Mas a vitória fulva esvai-se logo...
E as cinzas, cinzas só,em vez de fogo...
-Onde existo que não existo em mim?
Um cemitério falso sem ossadas
Noites d’amor sem bocas esmagadas
Tudo outro espamo que principio ou fim .
Guilhotinas, pelouros e castelos
Resvalam longamente em procissão;
Volteiam-me crepúsculos amarelos ,
Mordidos , doentios de roxidão.
Batem asas de auréola aos meus ouvidos,
Grifam-me sons de cor e de perfumes,
Ferem-me os olhos turbilhões de gumes,
Descem-me a alma,sangram-me os sentidos
Respiro-me no ar que ao longe vem,
Da luz que me ilumina participo ,
Quero reunir-me, e todo me dissipo-
Luto, estrebucho...em vão! Silvo pra além ...
Tudo oscila e se abate como espuma...
Um disco de ouro surge a voltear...
Fecho os meus olhos com pavor da bruma...
Que droga foi essa que me inoculei?
Ópio de inferno em vez de paraíso?...
Que sortilégio a mim próprio lancei?
Como é que em dor genial eu me eterizo?
Nem ópio nem morfina.O que me ardeu,
Foi alcool mais raro e penetrante:
É só de mim que ando delirante –
Manhã tão forte que me anoiteceu.
REFLEXÃO
domingo, 15 de novembro de 2009
Autopsicografia -- Fernando Pessoa
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
"1ª Estrofe"
O primeiro verso contém a ideia fundamental do poema, "o poeta é um fingidor", que, logo a seguir, é explicado por meio de uma particularização centrada na dor.
A poesia não está na dor sentida, mas no fingimento dela. Isto é, a dor sentida, a dor real, para se elevar ao plano da arte, tem de ser fingida, imaginada, tem de ser expressa em linguagem poética, o poeta tem que partir da dor real, a dor que deveras sente.
"2 Estrofe"
Na segunda parte do poema, o poeta alude a fruição artística da parte do leitor, nela não sente a dor real (inicial), que o poeta sentiu, nem a dor imaginária que o poeta imaginou, nem a dor que eles (leitores) têm, mas só a que eles não têm. Isto é, o que o leitor sente é uma quarta dor que se liberta do poema, que é interpretado á maneira de cada leitor.
Na segunda estrofe há referência a quatro dores: a dor sentida (real), a dor fingida pelo poeta, a dor real do leitor e a dor lida (dor intelectualizada que provém da interpretação do leitor)
"3ª Estrofe"
A terceira parte do poema, como a própria expressão "E assim" prenuncia, constitui uma espécie de conclusão: o coração (símbolo da sensibilidade) é um comboio de corda sempre a girar nas calhas da roda (que o destino fatalmente traçou) para entreter a razão. São aqui marcados os dois pólos em que se processa a criação do poema: o coração (as sensações de onde o poema nasce) e a razão (a imaginação onde o poema é inventado).
Características Gerais
Linguagem metafórica, emq ue estabele a ligação entre o coração (sentimento) e um brinquedo
("comboio de corda"), o poeta diz que o sentir ilude a razão, o pensar, como se o processo de criação também fosse um jogo.
A construção estrófica em quadras e o metro em redondilha maior configuram claramente o gosto do autor pelo folcloórico e popular.
O esquema de rimas apresentado em cada estrofe é um dos mais singelos: ABAB, ABAB, ABAB - rimas alternadas, sem lapso algum do preciosismo, pelo contrário, visto serem as rimas, qaunto ao vocabulário, ricas e pobres. Há uma total inexistência, portanto, de raras, ou preciosas.
Grupo:
Eduardo Pessa, 07
João Vitor Lepre, 20
Victor Martin, 31
José Junior Costa, 36
Heitor Guilmar, 48
PARABÉNS AOS QUE POSTARAM! ALGUMAS POSTAGENS TIVERAM FEED BACK MUITO POSITIVO!
A palavra Literatura vem do latim "litterae" que significa "letras", e possivelmente uma tradução do grego "grammatikee". Em latim, literatura significa uma instrução ou um conjunto de saberes ou habilidades de escrever e ler bem, e se relaciona com as artes da gramática, da retórica e da poética. Por extensão, se refere especificamente à arte ou ofício de escrever de forma artística.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Iracema - José de Alencar
Iracema foi publicado em 1865, num período em que a literatura nacional procurava firmar sua autonomia diante da portuguesa. José de Alencar se imbuiu desde seus primeiros escritos no projeto romântico de criação de uma linguagem literária própria e que pudesse estar à altura de produção romanesca européia, sem trair a cor local, sua raiz e tradições.
A exemplo do romantismo europeu, que procurava pesquisar suas raízes culturais e históricas, Alencar fez o mesmo em relação ao Brasil, e, voltando-se para o período de colonização da terra, realizou uma real pesquisa etimológica (origem das palavras) do tupi.
Somada à pesquisa linguística, o autor empreendeu também pesquisa histórica para compor com maior fidelidade o séc. XVIII, em que ambientou a tragédia história de Iracema; recorreu a alguns personagens reais como o Poti e português Martim, este que foi de fato um dos primeiros colonizadores do Ceará. O compromisso com uma argumentação histórica era necessário ao projeto romântico, afinal ambicionava-se reconstruir o passado nacional e exaltá-lo; quando os europeus voltavam-se para Idade Média, o Brasil recapitulava sua colonização e para tal carência de informações que a sustentasse, ainda que o lirismo e a fabulação estivessem acima do historicismo, afinal tratava-se de literatura.
Os feitos de Alencar não foram pequenos em Iracema e não é exagero afirmar que ele logrou muito do que buscava desde do seu ensaio de 1850. Aprofundando-se na língua tupi, ampliou a perspectiva na língua romanesca, literariamente fundou uma identidade nacional, e uma perspectiva da colonização do Brasil e da América que até hoje não pode ser descartada.
O cearense Jose de Alencar (1829-1877) foi o mais importante romancista da fase romântica, social-urbanos e históricos, . Formou-se , em Direito e atuou como jornalista, além de ter sido eleito deputado por duas vezes. Em 1868 e 1870, ocupou o cargo de ministro da Justiça.
Como escritor, escreveu romances indianistas, regionalistas, social-urbanos e históricos. Escreveu também peças de teatro, como a Mãe e o Jesuítas, e diversas crônicas.
Foi como o romance indianista que Alencar ganhou projeção nacional. Obras como O guarani, Iracema e Ubirajara, deram-lhe a oportunidade de rediscutir, reavaliar e traçar um painel paisagístico de rara beleza de nosso país.
Alencar buscava inspirações nos grandes cavaleiros medievais europeus para dar forma a seu erói – no caso, o indígena -, como o personagem Peri, de O Guarani. Não via meio mais eficaz do que em comunhão com a natureza.
http://www.algosobre.com.br/resumos-literarios/iracema.html
ALENCAR, José de – Iracema. Comentários e notas Luciana Miranda Penna. Série Lazuli Clássicos
Apostila 3º volume, 1ª série do Ensino Médio
Alunas:
Bárbara Ambrósio Nº4
Loana Matu Nº18
Maria Paula Arruda Nº22 - 1º E.M.
A moreninha - Joaquim Manuel de Macedo
A história conta sobre Augusto, rapaz que aposta com amigos ( incluso Felipe ) que não ficaria apaixonado por mais de 15 dias por mulher alguma, sua pena ( em caso de perda) será a de escrever um romance para estes amigos.
O romance A moreninha é o fruto desta aposta (há aqui um exercício de metalinguagem)
Augusto é estudante e colega de Felipe, cuja irmã é Carolina.
ugusto quando criança jurou amar eternamente uma menina cujo nome ignora e fica inconstante em seus amores, até que conhece Carolina, pela qual se apaixona e persegue.
Quando no final ficam noivos, ela primeiro manda-o casar-se com sua amada de infância e depois revela ela ser esta amada.
O livro é um exemplo clássico do Romantismo, tendo sido seu primeiro exemplo brasileiro.
Ele gira em torno de sua heroína perfeita e seu herói que luta para ter o amor desta e os obstáculos para sua realização, no caso a promessa infantil.
Também são bem representados os costumes do Rio de Janeiro da década de 1840 e a classe dos estudantes, da qual Macedo fazia parte na época da escrita do livro.
A obra de Macedo apresenta todo o esquema e desenvolvimento dos romances românticos iniciais: descrição dos costumes da sociedade carioca, suas festas e tradições, estilo fluente e leve, linguagem simples, que beira o desleixo, tramas fáceis, pequenas intrigas de amor e mistério, final feliz, com a vitória do amor.
Com esta receita, Macedo consegue ser o autor mais lido do Brasil em seu tempo.
Macedo foi, por excelência, o escritor da classe média carioca, em oposiçào à aristocracia rural.
Sua pena tinha o gosto burguês; seus romances eram povoados de jovens estudantes idealizados, moçoilas casadoiras, ingênuas e puras e demais tipos que perambulavam pela agitada cidade do Rio de Janeiro.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Noite na Taverna
Autor:
Nome: Manuel Antônio Álvares de Azevedo;
Cidade: São Paulo;
Nascimento: 12 de Setembro de 1831;
Morte: Rio de janeiro, 25 de abril de 1852
Informações Sobre o Autor:
Período literário: segunda geração romântica (Ultra-Romântica, Byroniana ou Mal-do-século);
Contribuição Para a Literatura: escritor, contista, dramaturgo, poeta e ensaísta Brasil;
Autor de: Noites na Taverna (1855)
Noites na Taverna:
Características da obra:
Amor: histórias macabras de paixões que não deram certo;
Morte: crime e violência. Em todos os capítulos há o tema da morte por amor;
Bebida: ao se lembrarem das dolorosas lembranças, as personagens vão se embriagando; com isso parte de sua dor é suavizada;
Citação: “É preferível morrer por amor que viver sem ele.“
Cada capítulo é um conto, onde o protagonista delira sobre um grande amor.
Roteiro da Obra:
A seguir, uma rápida síntese sobre cada um dos capítulos que a obra apresenta
I Uma Noite do Século
As personagens estão em uma taverna, embriagando-se e contando histórias sobre trágicas paixões e romance antigos. Cada uma delas acaba, de forma geral, contando o que acham do amor, mas de forma muito superficial;
II Solfieri
2º capítulo: durante a noite, um homem encontra uma mulher chorando e a segue até o cemitério. Passado um ano, ele a encontra em um caixão dentro de uma igreja e tenta reanimá-la, pois percebeu que ela não estava morta. Ele a leva para sua casa, mas ela morre dois dias depois de uma febre alta.
III Bertram
3º capítulo: Um homem se envolve com uma espanhola, mas ela o deixa e depois de ser atropelado por uma família, tal homem conhece uma menina de 18 anos por quem se apaixona e fogem, mas ele a vende para um pirata em um jogo de cartas.
Quando está na Itália, resolve se matar, mas é impedido por um marinheiro. Ele passa algum tempo em um navio, onde se envolve com a mulher do capitão.
Ocorre um ataque pirata e depois que ambos os navios afundam, o narrador, o capitão e sua mulher e mais dois marinheiros se salvam. Com a falta de alimentos, decidem que quem morrer primeiro servirá de alimento para os outros.
No fim, os únicos que sobram são a mulher do capitão e o narrados. O último pedido dela para ele é que ele dê a ela um último momento de amor com ele, mas ele a sufoca por temer a morte.
IV Gennaro
4º capítulo: um aprendiz de pintor se apaixona pela esposa do mestre e é amado pela filha dela, Laura. Quando ele a engravida, ela o propõe em casamento, mas ele se esquiva e ela morre de depressão, assim como a criança em seu ventre.
O pai não sabe de nada e enquanto fica no quarto da filha, sua esposa faz amor com o aprendiz.
Quando descobre, tenta matá-lo, mas sua tentativa falha e quando o ex-aprendiz volta para a casa – para se desculpar e se vingar –, descobre que a mulher e o mestre estão mortos.
V Claudius Hermann
Ele é um apostador de cavalos que vê pela primeira vez a duquesa Eleonora, por quem se apaixona. Os dois se encontram novamente no teatro e ele a segue por uma semana, querendo possuí-la.
Uma noite, ele suborna um criado que lhe deixa ficar uma hora na casa da duquesa e também lhe dá a chave do quarto. Ele a deseja tanto que coloca um sedativo em seu vinho e aproveita-se dela, voltando várias vezes.
Em uma dessas noites, o marido da duquesa bebe um pouco de vinho. Claudius estava decidido a matá-lo, mas muda de idéia e sequestra a duquesa.
Quando chegam a uma estalagem, ela acorda e ele lhe conta tudo, forçando-a a ficar com ele. Ela, sem opções, aceita.
Alguns dias depois, quando Claudius chega em sua casa, depara-se com a cena da duquesa e seu marido mortos em sua cama.
VI Johann
Johann estava jogando bilhar com Arthur, seu adversário, e estava perdendo. Na sua última tentativa, Arthur bate na mesa e faz com que Johann perca.
Muito irritado, ele desafia Arthur para um duelo até a morte. O desafio foi aceito. Os dois partem para um hotel onde pegam suas armas e escrevem dois bilhetes. Vão para uma rua mal iluminada.
Ao atirarem, Arthur cai e entrega seu bilhete, com o endereço de sua mãe e outro com o da amante, com um anel para o último. Johann decide se passar por Arthur em seu encontro marcado.
Ele dorme com a amante, e quando vai embora pela manhã é atacado por um vulto. Após ambos rolarem escada abaixo, Johann mata o vulto, mas ao se arrastar para a luz, descobre que o vulto na verdade, era seu irmão a amante com quem ele dormiu, sua irmã.
VII Último Beijo de Amor
Todos estão dormindo na taverna, eis que entra uma mulher vestida de preto com uma lanterna na mão. Quando ela vê Arnold, tenta beijá-lo, mas quando se depara com Johann torna-se sombria. Ela enfia um punhal que trouxe consigo nele e limpa seus dedos ensanguentados no cabelo do ferido.
Ela vai até Arnold e ele desperta. Ele vê que a pessoa que está a sua frente é a irmã de Johann, mas também é uma prostituta conhecida como Giorgia. Arthur se lembra do tempo do duelo e também de sua recuperação no hospital. Pede a Giorgia que fique com ele, mas ela fala que é tarde demais e pede-lhe apenas um beijo de despedida, pois vai morrer.
Ela leva Arnold até o corpo de Johann e diz que o matou por ter sido desonrada por ele, seu próprio irmão. Arthur cobre o rosto enquanto Giorgia cai no chão. Arthur aperta o punhal em seu peito e cai sobre ela sufocando os dois gemidos de morte.
Referências:
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/n/noite_na_taverna
http://pt.wikipedia.org/wiki/Noite_na_Taverna
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTTio1zQZxz2-Suhv5zW1ad5kz5O075j3M9g7YjYlgZ-FGmJMn_EBsQ36hyI2XBzWDbP10xljZve7rle7AIcf3YvTehpHXMyS58s_ZeOc6Ld_sXoH6TBbVBSb6Io_a70KzU2YJQ46GNdM/s400/alvares-de-azevedo1.jpg
Integrantes do Grupo:
Clara Ferreira, nº 7 – 1º EM
Carolina Romera Bonadio, nº 33 - 1º EM
João Renato Romera Bonadio, nº 34 - 1º EM
O navio negreiro - Castro Alves
Nasceu em 14 de março de 1847, na Fazenda Cabaceiras, em Curralinho,hoje Castro Alves,na Bahia. E faleceu em 6 julho de 1871, aos 24 anos.
O poeta dos escravos
Foi o principal e mais popular representante do estilo romântico que predominou na poesia brasileira entre 1850 e 1870. Estilo que foi denominado Condoreiro pelo poeta e historiador Capistrano de Abreu.
O condoreirismo
É caracterizado por uma poesia retórica,em que se destacam os temas sociais e políticos, principalmente a defesa da Abolição da escravatura e a apologia da república.
O Navio Negreiro
No poema retrata o horror da vida dos escravos,nos navios negreiros que o traziam para o Brasil.
No autor conta a história dos escravos como se fosse um telespectador, que assistira tudo de uma águia,chamada albatroz que voa alto e percorre grandes distancias sem esforço.
“ Ontem a Serra Leoa, A guerra, a caça ao leão, O sono dormindo à-toa, Sob a tenda da amplidão...Hoje o porão negro,fundo,infecto,apertado,imundo,tendo a peste por jaguar...” (5º parte)
Neste trecho, ele visualiza desde da captura desses negros até a chegada ao seu cativeiro,suas vidas antes de serem capturados, mostra que eles também tinham sonhos, e eram felizes, e da indignação de serem tratados como animais sem a minima dignidade.
Castro Alves faz com que o leitor tenha a impressão que esta viajando junto com o albatroz e visualizar a alma dos negros que foram tão maltratados neste navio, e nos faz ver o quão nossa pátria foi injusta com os negros, tirados de seu pais, de sua família, para serem explorados em um lugar desconhecido, o Brasil.
O poema “O Navio Negreiro” é composto de 6 partes, e retrata a vida dos escravos de Serra Leoa, foi escrito no ano de 1869, quando o autor tinha 22 anos de idade, foi declamado pela primeira vez no dia 7 de setembro de 1868, numa comemoração da Independência do Brasil.
Créditos
Anna Clara Rodrigues nº 31
Rafael Braiani nº 30
Fonte
Livro , Espumas Flutuantes
Foto: wikipédia
Assim, as minhas – Primaveras – não passam de um ramalhete das flores próprias da estação, – flores que o vento esfolhará amanhã, e que apenas valem como promessa dos frutos do outono.Rio – 20 de Agosto – 1859.
As Primaveras escrito por Casimiro de Abreu, foi lançado em 7 de Setembro de 1859, com ajuda financeira do pai, embora este fosse avesso às tendências literárias do filho. O sucesso varreu o país como vendaval, sendo aclamado por alguns e criticado por outros, mas até hoje é o símbolo poético da Saudade.Trata-se de uma coleção de poesias melancólicas e sentimentais pela maior parte, em que há uma grande simplicidade na forma se alia um sentimento apaixonado e veemente.
Casimiro de Abreu viveu pouco a temporada de glória, porque os sintomas da Tuberculose se agravaram falecendo em 18 de outubro do ano seguinte, com apenas 21 anos.
Poesias que demonstram saudade : CANÇÃO DO EXÍLIO.
Eu nasci além dos mares:Os meus lares,Meus amores ficam lá!– Onde canta nos retirosSeus suspiros,Suspiros o sabiá!
Oh que céu, que terra aquela,Rica e belaComo o céu de claro anil!Que seiva, que luz, que galas,Não exalasNão exalas, meu Brasil!
Oh! que saudades tamanhasDas montanhas,Daqueles campos natais!Daquele céu de safiraQue se mira,Que se mira nos cristais!
Não amo a terra do exílio,Sou bom filho,Quero a pátria, o meu país,Quero a terra das mangueirasE as palmeiras,E as palmeiras tão gentis!
Como a ave dos palmaresPelos aresFugindo do caçador;Eu vivo longe do ninho,Sem carinho;Sem carinho e sem amor!
Debalde eu olho e procuro...Tudo escuroSó vejo em roda de mim!Falta a luz do lar paternoDoce e terno,Doce e terno para mim.
Distante do solo amado– Desterrado –A vida não é feliz.Nessa eterna primaveraQuem me dera,Quem me dera o meu país!
Lisboa –– 1855
As Primaveras falam de poesias onde existe uma saudade de quem fica distante do lugar amado -''Um dia – além dos Órgãos, na poética Friburgo – isolado dos meus companheiros de estudo, tive saudades da casa paterna e chorei.''
Felipe Gimenes Capuci nº 9
Marcelo Oliveira Lima Lopes nº 21
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Amar, Verbo Intransitivo - Mario De Andrade
Souza Costa é um pai de uma típica família burguesa paulista, Elza era uma alemã que tinha por profissão iniciar sexualmente os jovens. Professora do amor.
Souza Costa contrata Elza que por todo o livro é tratada como Fraulein que significa senhorita em alemão, com o intuito de que seu filho inicie sua vida sexual de forma limpa sem se sujar com prostitutas aproveitadoras.
Porem Carlos já não era mais virgem tinha iniciado sua vida sexual no Ipiranga em meio á farra de seus amigos. Ela dizia ser uma profissional seria e não gostaria de ser tomada como aventureira. Oficialmente Fraulein seria professora de Alemão e piano da família Souza Costa. Então ela entra no lar burguês de Higienópolis.
Devido Carlos ser muito pequeno Fraulein se ressente por não prender a atenção do menino no inicio. O fato é que Carlos realmente precisava ser educado. Todas as tardes Carlos e suas irmãs tinham aula de piano e alemão.
Fraulein criticava muito o jeito dos latinos, ela se sentia ser superior a eles pela sua raça, e lia incessantemente os clássicos alemães. A mãe de Carlos D-Laura vendo as intimidades dele com Elza resolve falar com ela para pedir que deixe a família, então Fraulein esclarece seu propósito de forma incrivelmente natural, e após uma conversa com o marido a mãe decide que é melhor para o seu filho. Carlos após ter tido a aula mestra começa a viciar-se em estudar e a freqüentar de noite a cama de Elza.Certamente a aula de Fraulein era muito boa. Mais isso era preocupante pois Fraulein acaba se envolvendo.
Depois disso era hora dela se despedir, tendo o trabalho concluído Souza Costa arma um flagra com Carlos e Elza e usa esse pretexto para separá-los dizendo que podia haver a gravidez indesejada ou casamento forçado.
Carlos reage para defender Fraulein mais não adianta nada.
Depois de algumas semanas Carlos volta a viver normal, depois de se recuperar, acidentalmente, ele avista Fraulein já em um novo trabalho e apenas a saudou com a cabeça, a vida continua para Fraulein que ainda iria seguir com 2 ou mais trabalhos ate voltar para sua terra. É como se Elza quisesse ensinar que o mais importante é aprender a amar intransitivamente para depois amar alguém transitivamente. Vê-se depois como a mãe do amor.
COMENTARIO
O romance é definido pelo autor como Idílio que significa uma pequena composição poética, campestre ou pastoril; amor simples e terno, sonho, devaneio. Não tem capítulos definidos, tem prosa telegráfica, expressionismo, construído através de flashs, resgatando o passado ou fixando o presente.
Mario de Andrade compara a vida dos estrangeiros. É considerado um livro para ser ouvido não lido.
Mario de Andrade criticava os valores brasileiros, deixando um certo ar de ` não tem jeito ` ` somos assim mesmo`. O que mais chama atenção é a utilização da teoria freudiana (grande paixão do autor).
A atitude de Souza Costa de contratar uma profissional do amor para realizar os serviços de baixo do seu teto revela determinados valores da burguesia da época.
Comporta-se como um novo rico da burguesia que acha que o dinheiro pode comprar tudo, ate a iniciação sexual.
Feito por : Leticia Kazama e Caroline Corazza 3º E.M Multiplus
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Mário de Andrade - Poesias Completas
“...pela amplitude de sua cultura, pela vastidão dos seus conhecimentos […] tinha uma visão panorâmica abrangente e dispunha de um quadro de referências muito mais rico do que todos os outros.“
(Leandro Konder, filósofo, sobre Andrade)
•Um de seus legados mais importantes, publicado em 1955 (dez anos após sua morte), esse livro ratificou a consagração de Andrade como um dos principais valores culturais no Brasil;
•É uma edição completa da sua obra poética, pois, além de poemas inclui também roteiros com instruções para a encenação teatral;
•Mostra a capacidade de inovação, invenção sendo considerada ousada e inquietante, relatando a vida cotidiana, simples idéias e emoções;
•Apresenta vaga subjetividade romântica (temática de amor e nacionalismo).
Integram o volume - Pauliceia Desvairada , Losango Cáqui, Clan do jaboti , Remate de Males , A Costela do grão cão, Livro Azul e O café
•É o prefácio de Mário ao seu próprio livro, que funcionou como um manifesto poético;
•O prefácio não fala do livro, mas sim de uma atitude geral perante a literatura, definindo o que entedia por poesia;
•O sério e o tom humorístico se misturam em um estilo rápido e solto, com dinamismo;
•Crítica social (alta burguesia) e estética (parnasianismo);
•Complexo, profundo, subjetivo e polêmico determinando uma nova ordem estética.
•O adorno na poesia não é mais do que roupagem frívola que esconde a essência dela;
•A arte da Síntese e da Abstração, devido à Vida Moderna, essa rapidez resulta em poemas curtos;
•A língua portuguesa é uma opressão para a livre expressão do escritor no Brasil;
•“Lirismo Puro+Crítica+Palavra=Poesia”.
“Preocupação de métrica e de rima prejudica a naturalidade livre do lirismo objetivado. Por isso poetas sinceros confessam nunca ter escrito seus melhores versos” (Prefácio, pag 26).
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Memórias de um Sargento de Milícias
Memórias de um Sargento de Milícias é um romance de Manuel Antônio de Almeida. Foi publicado originalmente em folhetins no Correio Mercantil do Rio de Janeiro, entre 1852 e 1853, anonimamente. O livro foi publicado em 1854 e no lugar do autor constava "um brasileiro". Possui estilo jornalístico e direto , incorpora a linguagem das ruas , classes média e baixa, fugindo aos padrões românticos da época , onde os romances retratavam os ambientes aristocráticos .
- enredo
O romance se passa no início do século XIX durante uma viagem de navio. Leonardo-Pataca conhece Maria-da-Hortaliça. Na viagem, os dois se apaixonam, por meio de uma pisadela e um beliscão e, chegando no Brasil, Maria descobre que está grávida e os dois vão morar juntos. Desse relacionamento nasce Leonardo. Porém, anos depois, Leonardo descobre que Maria o está traindo. Eles brigam e Maria foge de casa com o capitão de um navio. Com a separação, Leonardo-Pataca sai de casa e leva seu filho para ser criado pelo padrinho. O padrinho de Leonardo era um barbeiro que queria que o mesmo fosse padre, mas o menino não tinha a menor vocação, pois era muito travesso.
O tempo passa e Leonardo se torna um típico malandro carioca: não possuía emprego e ficava vadiando. Então sua vida muda quando conhece Luisinha, sobrinha de D. Maria, uma amiga do padrinho. Ele se apaixona pela moça, porém tem um rival, José Manuel, que está interessado na herança dela. Com a ajuda de sua madrinha, eles afastam José Manuel de Luisinha. Entretanto, o padrinho de Leonardo morre e ele tem que voltar a viver com o pai. Leonardo vai viver com um amigo em uma casa bastante agitada e com muita gente. Acaba se apaixonando por Vidinha e o amor é recíproco. Porém, esse namoro não agrada aos dois primos de Vidinha que têm intenções de se casar com ela. Para tirar Leonardo do caminho, eles vão até o major Vidigal, o chefe de polícia, e acusam Leonardo de vadiagem. Vidigal prende Leonardo quando ele, Vidinha, e seus dois primos saem para um passeio noturno. Mas, no caminho até a casa de guarda, ele consegue fugir.
Mais tarde, Leonardo arruma um emprego na Ucharia Real. Dessa forma, Vidigal não poderia prendê-lo. Mas ele se envolve com a mulher do "toma-largura" e é demitido e preso. Enquanto isso, José Manuel e Luisinha se casam, porém ele a trata muito mal. Vidinha, com ciúmes de Leonardo, vai tomar satisfações com a mulher do "toma-largura". Mas, o que acaba acontecendo, é que o "toma-largura" se interessa por Vidinha.
Enquanto isso, por saber muito sobre a vida marginal, Leonardo acaba virando policial, só que muitas vezes ele acabou protegendo os bandidos , e Vidigal o prende. A madrinha, em desespero, tenta de todas as formas conseguir a liberdade de Leonardo, mas não a obtém até conhecer Maria-Regalada, velho amor de Vidigal. Juntas, não só conseguem a libertação de Leonardo, como sua promoção a sargento e isso tudo vem em boa hora, já que com a morte de José Manuel, Luisinha, agora viúva, se casa com Leonardo (após se transferir para Sargento de Milícias) e tudo termina em um final feliz, algo muito diferente das idéias românticas da época, já que as histórias sempre acabavam em morte, suicídio e etc.
- o autor e a obra
Manuel Antônio de Almeida utiliza uma linguagem que se aproxima da jornalística, o que torna claros e objetivos os seus textos. Outro aspecto é a utilização de personagens comuns na época, como o barbeiro, a parteira, o major, tornando, assim, a história mais próxima do leitor.
Manuel Antônio de Almeida, jornalista, cronista, romancista, crítico literário, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 17 de novembro de 1831, e faleceu em Macaé, RJ, em 28 de novembro de 1861. É o patrono da Cadeira n. 28, por escolha do fundador Inglês de Sousa.
- conclusões
Ao longo da trama vários aspectos do movimento são criticados, e diversas vezes satirizados. O livro foge à diversas características do estilo romântico, o relacionamento amoroso não é idealizado, Leonardo não se mostra corajoso e íntegro, como nos padrões do herói romântico. Mostra-se vagabundo, irresponsável, um anti-herói. Ele não é um vilão, mas não representa um modelo de comportamento; é uma pessoa comum. O final da história, fugindo do estilo romântico já conhecido com tragédias, Leonardo e Luizinha se casam e vivem felizes para sempre.
- feito por
Fernanda n°43
Valquíria n°37
Dieniffer n°8
1° E.M.
Canção do Exílio - Gonçalves Dias
O poeta Antônio Gonçalves Dias, que se orgulhava de ter no sangue as três raças formadoras do povo brasileiro (branca, indígena e negra), nasceu no Maranhão em 10 de agosto de 1823. Em 1840 foi para Portugal cursar Direito na Faculdade de Coimbra. Ali, entrou em contato com os principais escritores da primeira fase do Romantismo português.
Em 1843, inspirado na saudade da pátria, escreveu "Canção do Exílio".
No ano seguinte graduou-se bacharel em Direito. De volta ao Brasil, iniciou uma fase de intensa produção literária. Em 1849, junto com Araújo Porto Alegre e Joaquim Manuel de Macedo, fundou a revista "Guanabara".
Em 1862 retornou à Europa para cuidar da saúde. Em 1864, durante a viagem de volta ao Brasil, o navio Ville de Boulogne naufragou na costa brasileira. Salvaram-se todos, exceto o poeta que, por estar na cama em estado agonizante, foi esquecido em seu leito.
Se por um lado deve-se a Gonçalves de Magalhães a introdução do Romantismo no Brasil, por outro, deve-se a Gonçalves Dias a sua consolidação. Isso porque o poeta trabalhou com maestria todas as características iniciais da primeira fase do Romantismo brasileiro. De sua obra, geralmente dividida em lírica, medieval e nacionalista, destacam-se "I-juca Pirama", "Os Tibiramas" e "Canção do Tamoio".
Canção do exílio é o poema de Gonçalves Dias que abre o livro Primeiros Cantos e marca a obra do autor como um dos mais conhecidos poemas da língua portuguesa no Brasil. Foi escrita em julho de 1843, em Coimbra, Portugal. O poema, por conta de sua contenção e de sua alusão à pátria distante, tema tão próximo do ideário do Romantismo, tornou-se emblemático na cultura brasileira.
Tal caráter é percebido por sua freqüente aparição nas antologias escolares, bem como pelas inúmeras citações do texto presentes na obra dos mais diversos autores brasileiros. Sua temática é própria da primeira fase do Romantismo brasileiro, em sua mescla de nostalgia e nacionalismo. Gonçalves Dias compôs o poema cinco anos depois de partir para Portugal, onde fora cursar Direito na Universidade de Coimbra. A Canção do exílio teria surgido por inspiração após a leitura da balada Mignon, de Wolfgang Goethe, poema do qual Gonçalves Dias usa alguns versos como epígrafe.
O Poema
Canção do exílio
"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."
Influência
A “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias inspirou vários poetas de diversas épocas. Casimiro de Abreu, Compôs uma “Canção do Exílio” seguindo a mesma temática do texto matriz, apenas acrescentando ao poema uma referência à sua infância, à figura materna e substituiu “palmeiras” por “laranjeiras”.
E este mundo não val um só dos beijosTão doce de uma mãe!
(…)
Dá-me os sítios gentis onde eu brincavaLá na quadra infantil;Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,O céu do meu Brasil!
Se eu tenho de morrer na flor dos anos,Meu Deus! não seja jáEu quero ouvir na laranjeira, à tarde,Cantar o sabiá!
O poema é marcado por uma contenção formal, uma economia de termos e um cuidado métrico que seria aos poucos abandonado pelos poetas românticos posteriores. Sua forma equilibrada tornou-o material perfeito como texto declamatório. A grande exposição do poema ao longo da história literária brasileira teria, para alguns autores, banalizado a criação ao ponto de extrair do leitor contemporâneo o impacto inicial de seus versos.
Paródias, citações e recriações
A Canção do Exílio foi amplamente recriada e parodiada, principalmente pelos poetas modernistas ; dois de seus versos estão citados no Hino Nacional Brasileiro ("Nossos bosques têm mais vida,/Nossa vida, mais amores.").
Canção do Exílio Facilitada (José Paulo Pais)
lá?
ah!
sabiá...
papá...
maná...
sofá...
sinhá...
cá?
bah!
Fontes
http://www.escoladinah.com.br/cancao_exilio.jpg
http://www.wikipedia.org/wiki/Can%C3%A7%C3%A3o_do_ex%C3%ADlio
http://www.dominiopublico.gov.br/
http://www.educacional.com.br/
http://www.mundocultural.com.br/index.asp?url=http://www.mundocultural.com.br/literatura1/romantismo/gdias.htm
Grupo:
Nome: Gustavo Arai nº12 1ºEM
Nome: Hugo de Souza Spiguel nº13 1ºEM
Nome: Otávio Arai nº24 1ºEM
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Lira dos Vinte Anos - Álvares de Azevedo
Álvares de Azevedo foi o primeiro poeta a fazer uma metalinguagem ridicularizante do próprio Romantismo:aparece o prosaísmo, o cotidiano, tendência para o tratamento de temas prosaicos, vulgares, em princípio pouco poéticos ou pouco passíveis.
Ex.: Namoro a Cavalo (Parte A).
“[...]
Fui mesmo sujo ver a namorada...
Mas eis que no passar pelo sobrado,
Onde habita nas lojas minha bela,
Por ver-me tão lodoso ela irritada
Bateu-me sobre as ventas a janela...
O cavalo ignorante de namoros
Entre dentes tomou a bofetada,
Arrepia-se, pula, e dá-me um tombo
Com pernas para o ar, sobre a
[calçada...
Dei ao diabo os namoros. Escovado
Meu chapéu que sofrera no pagode,
Dei de pernas corrido e cabisbaixo
E berrando de raiva como um bode.[...]”
O livro divide-se em duas partes: Parte A e Parte B.
PARTE A
• Imaginativa, platônica, sentimental.
• Os temas mais comuns são o desejo de amar, o amor idealizado, povoado por virgens misteriosas que nunca se transformam em realidade causando assim a dor e frustração que são acalmadas pela presença da mãe e da irmã.
• Medo de amar impede-o de amar (profundo desejo de amar).
• O reflexo dramático do adolescente.
• Contraste entre o sonhar, o amor e a fuga de sua posse.
• A crítica jocosa ao amor romântico.
PARTE B
• Demoníaca, de deboche, de angústia e loucura.
• Os temas centrais são a busca pela morte, que tem significado de fuga, o eu-lírico sente-se impotente frente ao mundo que lhe é apresentado e vê na morte a única maneira de libertação.
• A poesia, o desespero e a profunda intuição da morte próxima.
• Última frase de Álvares de Azevedo: “Que fatalidade, meu pai”.
• Mágoa profunda – “mal do século”.
• “Parece que eu passei da parte A para B como Ariel para Calibã”
*Ariel – divindade do ar (Deus do Bem e do Belo) .
Calibã – divindade do Terror e da Fúria (Personagens de A Tempestade de Shakespeare – 1611)
Comentários: Vê-se as influências de Álvares, pois o autor lia Byron , Musset, Chatterton, cultuou Bocage e louvou Goethe (autor de Wether).
Sua obra Completa só foi publicada em 1862.
Se Eu Morresse Amanhã!
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! Que céu azul! Que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!
REFERÊNCIAS:
• http://migre.me/6xQf
• http://migre.me/6xQp
• http://recantodasletras.uol.com.br/biografias/48622786227
• Coleção Prestígio, Poesias Completas, Alváres de Azevedo, Editora Ediouro.
GRUPO:
• Aléxia Domene Eugenio - 1ºEM
• Ingrid Domene Eugenio - 1ºEM
• Mariana Retali Martins - 1ºEM