segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Mário de Andrade - Poesias Completas

Mário de Andrade: o caráter revolucionário na literatura nacional

“...pela amplitude de sua cultura, pela vastidão dos seus conhecimentos […] tinha uma visão panorâmica abrangente e dispunha de um quadro de referências muito mais rico do que todos os outros.“
(Leandro Konder, filósofo, sobre Andrade)



Poesias completas

•Um de seus legados mais importantes, publicado em 1955 (dez anos após sua morte), esse livro ratificou a consagração de Andrade como um dos principais valores culturais no Brasil;
•É uma edição completa da sua obra poética, pois, além de poemas inclui também roteiros com instruções para a encenação teatral;
•Mostra a capacidade de inovação, invenção sendo considerada ousada e inquietante, relatando a vida cotidiana, simples idéias e emoções;
•Apresenta vaga subjetividade romântica (temática de amor e nacionalismo).

Integram o volume - Pauliceia Desvairada , Losango Cáqui, Clan do jaboti , Remate de Males , A Costela do grão cão, Livro Azul e O café

O Prefácio interessantíssimo
“uma expressão nova, que não esteja agarrada a formas do passado”

•É o prefácio de Mário ao seu próprio livro, que funcionou como um manifesto poético;
•O prefácio não fala do livro, mas sim de uma atitude geral perante a literatura, definindo o que entedia por poesia;
•O sério e o tom humorístico se misturam em um estilo rápido e solto, com dinamismo;
•Crítica social (alta burguesia) e estética (parnasianismo);
•Complexo, profundo, subjetivo e polêmico determinando uma nova ordem estética.

Os ideais defendidos
•A inspiração provém do Subconsciente, mas caberia ao artista, feito o poema, submetê-lo a um olho crítico rigoroso, aparando o desnecessário, as repetições fastientas e pormenores inúteis ou inexpressivos;
•O adorno na poesia não é mais do que roupagem frívola que esconde a essência dela;
•A arte da Síntese e da Abstração, devido à Vida Moderna, essa rapidez resulta em poemas curtos;
•A língua portuguesa é uma opressão para a livre expressão do escritor no Brasil;
•“Lirismo Puro+Crítica+Palavra=Poesia”.
“Preocupação de métrica e de rima prejudica a naturalidade livre do lirismo objetivado. Por isso poetas sinceros confessam nunca ter escrito seus melhores versos” (Prefácio, pag 26).

Características literárias
•Paixão por São Paulo
•Valorização da cultural popular
•Adesão à vida moderna e a sua rejeição
•Verso melódico X Verso harmônico
•Multiplicidade
Bibliografia:

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Memórias de um Sargento de Milícias

Memórias de um Sargento de Milícias é um romance de Manuel Antônio de Almeida. Foi publicado originalmente em folhetins no Correio Mercantil do Rio de Janeiro, entre 1852 e 1853, anonimamente. O livro foi publicado em 1854 e no lugar do autor constava "um brasileiro". Possui estilo jornalístico e direto , incorpora a linguagem das ruas , classes média e baixa, fugindo aos padrões românticos da época , onde os romances retratavam os ambientes aristocráticos .

- enredo

O romance se passa no início do século XIX durante uma viagem de navio. Leonardo-Pataca conhece Maria-da-Hortaliça. Na viagem, os dois se apaixonam, por meio de uma pisadela e um beliscão e, chegando no Brasil, Maria descobre que está grávida e os dois vão morar juntos. Desse relacionamento nasce Leonardo. Porém, anos depois, Leonardo descobre que Maria o está traindo. Eles brigam e Maria foge de casa com o capitão de um navio. Com a separação, Leonardo-Pataca sai de casa e leva seu filho para ser criado pelo padrinho. O padrinho de Leonardo era um barbeiro que queria que o mesmo fosse padre, mas o menino não tinha a menor vocação, pois era muito travesso.

O tempo passa e Leonardo se torna um típico malandro carioca: não possuía emprego e ficava vadiando. Então sua vida muda quando conhece Luisinha, sobrinha de D. Maria, uma amiga do padrinho. Ele se apaixona pela moça, porém tem um rival, José Manuel, que está interessado na herança dela. Com a ajuda de sua madrinha, eles afastam José Manuel de Luisinha. Entretanto, o padrinho de Leonardo morre e ele tem que voltar a viver com o pai. Leonardo vai viver com um amigo em uma casa bastante agitada e com muita gente. Acaba se apaixonando por Vidinha e o amor é recíproco. Porém, esse namoro não agrada aos dois primos de Vidinha que têm intenções de se casar com ela. Para tirar Leonardo do caminho, eles vão até o major Vidigal, o chefe de polícia, e acusam Leonardo de vadiagem. Vidigal prende Leonardo quando ele, Vidinha, e seus dois primos saem para um passeio noturno. Mas, no caminho até a casa de guarda, ele consegue fugir.

Mais tarde, Leonardo arruma um emprego na Ucharia Real. Dessa forma, Vidigal não poderia prendê-lo. Mas ele se envolve com a mulher do "toma-largura" e é demitido e preso. Enquanto isso, José Manuel e Luisinha se casam, porém ele a trata muito mal. Vidinha, com ciúmes de Leonardo, vai tomar satisfações com a mulher do "toma-largura". Mas, o que acaba acontecendo, é que o "toma-largura" se interessa por Vidinha.

Enquanto isso, por saber muito sobre a vida marginal, Leonardo acaba virando policial, só que muitas vezes ele acabou protegendo os bandidos , e Vidigal o prende. A madrinha, em desespero, tenta de todas as formas conseguir a liberdade de Leonardo, mas não a obtém até conhecer Maria-Regalada, velho amor de Vidigal. Juntas, não só conseguem a libertação de Leonardo, como sua promoção a sargento e isso tudo vem em boa hora, já que com a morte de José Manuel, Luisinha, agora viúva, se casa com Leonardo (após se transferir para Sargento de Milícias) e tudo termina em um final feliz, algo muito diferente das idéias românticas da época, já que as histórias sempre acabavam em morte, suicídio e etc.

- o autor e a obra

Manuel Antônio de Almeida utiliza uma linguagem que se aproxima da jornalística, o que torna claros e objetivos os seus textos. Outro aspecto é a utilização de personagens comuns na época, como o barbeiro, a parteira, o major, tornando, assim, a história mais próxima do leitor.

Manuel Antônio de Almeida, jornalista, cronista, romancista, crítico literário, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 17 de novembro de 1831, e faleceu em Macaé, RJ, em 28 de novembro de 1861. É o patrono da Cadeira n. 28, por escolha do fundador Inglês de Sousa.

- conclusões

Ao longo da trama vários aspectos do movimento são criticados, e diversas vezes satirizados. O livro foge à diversas características do estilo romântico, o relacionamento amoroso não é idealizado, Leonardo não se mostra corajoso e íntegro, como nos padrões do herói romântico. Mostra-se vagabundo, irresponsável, um anti-herói. Ele não é um vilão, mas não representa um modelo de comportamento; é uma pessoa comum. O final da história, fugindo do estilo romântico já conhecido com tragédias, Leonardo e Luizinha se casam e vivem felizes para sempre.

- feito por

Fernanda n°43

Valquíria n°37

Dieniffer n°8

1° E.M.

Canção do Exílio - Gonçalves Dias

Gonçalves Dias (1823 - 1864)

O poeta Antônio Gonçalves Dias, que se orgulhava de ter no sangue as três raças formadoras do povo brasileiro (branca, indígena e negra), nasceu no Maranhão em 10 de agosto de 1823. Em 1840 foi para Portugal cursar Direito na Faculdade de Coimbra. Ali, entrou em contato com os principais escritores da primeira fase do Romantismo português.
Em 1843, inspirado na saudade da pátria, escreveu "Canção do Exílio".
No ano seguinte graduou-se bacharel em Direito. De volta ao Brasil, iniciou uma fase de intensa produção literária. Em 1849, junto com Araújo Porto Alegre e Joaquim Manuel de Macedo, fundou a revista "Guanabara".
Em 1862 retornou à Europa para cuidar da saúde. Em 1864, durante a viagem de volta ao Brasil, o navio Ville de Boulogne naufragou na costa brasileira. Salvaram-se todos, exceto o poeta que, por estar na cama em estado agonizante, foi esquecido em seu leito.

Se por um lado deve-se a Gonçalves de Magalhães a introdução do Romantismo no Brasil, por outro, deve-se a Gonçalves Dias a sua consolidação. Isso porque o poeta trabalhou com maestria todas as características iniciais da primeira fase do Romantismo brasileiro. De sua obra, geralmente dividida em lírica, medieval e nacionalista, destacam-se "I-juca Pirama", "Os Tibiramas" e "Canção do Tamoio".

Canção do exílio é o poema de Gonçalves Dias que abre o livro Primeiros Cantos e marca a obra do autor como um dos mais conhecidos poemas da língua portuguesa no Brasil. Foi escrita em julho de 1843, em Coimbra, Portugal. O poema, por conta de sua contenção e de sua alusão à pátria distante, tema tão próximo do ideário do Romantismo, tornou-se emblemático na cultura brasileira.

Tal caráter é percebido por sua freqüente aparição nas antologias escolares, bem como pelas inúmeras citações do texto presentes na obra dos mais diversos autores brasileiros. Sua temática é própria da primeira fase do Romantismo brasileiro, em sua mescla de nostalgia e nacionalismo. Gonçalves Dias compôs o poema cinco anos depois de partir para Portugal, onde fora cursar Direito na Universidade de Coimbra. A Canção do exílio teria surgido por inspiração após a leitura da balada Mignon, de Wolfgang Goethe, poema do qual Gonçalves Dias usa alguns versos como epígrafe.




O Poema

Canção do exílio

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.


Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.


Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.


Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.


Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."

Influência

A “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias inspirou vários poetas de diversas épocas. Casimiro de Abreu, Compôs uma “Canção do Exílio” seguindo a mesma temática do texto matriz, apenas acrescentando ao poema uma referência à sua infância, à figura materna e substituiu “palmeiras” por “laranjeiras”.
E este mundo não val um só dos beijosTão doce de uma mãe!

(…)

Dá-me os sítios gentis onde eu brincavaLá na quadra infantil;Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,O céu do meu Brasil!

Se eu tenho de morrer na flor dos anos,Meu Deus! não seja jáEu quero ouvir na laranjeira, à tarde,Cantar o sabiá!
O poema é marcado por uma contenção formal, uma economia de termos e um cuidado métrico que seria aos poucos abandonado pelos poetas românticos posteriores. Sua forma equilibrada tornou-o material perfeito como texto declamatório. A grande exposição do poema ao longo da história literária brasileira teria, para alguns autores, banalizado a criação ao ponto de extrair do leitor contemporâneo o impacto inicial de seus versos.


Paródias, citações e recriações

A Canção do Exílio foi amplamente recriada e parodiada, principalmente pelos poetas modernistas ; dois de seus versos estão citados no Hino Nacional Brasileiro ("Nossos bosques têm mais vida,/Nossa vida, mais amores.").


Canção do Exílio Facilitada (José Paulo Pais)

lá?

ah!

sabiá...

papá...

maná...

sofá...

sinhá...

cá?

bah!

Fontes

http://www.escoladinah.com.br/cancao_exilio.jpg
http://www.wikipedia.org/wiki/Can%C3%A7%C3%A3o_do_ex%C3%ADlio
http://www.dominiopublico.gov.br/
http://www.educacional.com.br/
http://www.mundocultural.com.br/index.asp?url=http://www.mundocultural.com.br/literatura1/romantismo/gdias.htm

Grupo:
Nome: Gustavo Arai nº12 1ºEM
Nome: Hugo de Souza Spiguel nº13 1ºEM
Nome: Otávio Arai nº24 1ºEM

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Lira dos Vinte Anos - Álvares de Azevedo

“Trazendo para nossas letras o amargor irônico de Byron, a melancolia de Musset, a inquietação de Shelley e Spronceda, e o pessimismo imaginativo de Leopardi, as venenosas desilusões da vida, as mais crepitantes chamas da paixão, todo o desvario de um espirito genial, ÁLVARES DE AZEVEDO, sofrendo o mal do século, tornou-se, no ardor de seus vinte anos, o maior vulto da segunda geração romântica.”

Álvares de Azevedo foi o primeiro poeta a fazer uma metalinguagem ridicularizante do próprio Romantismo:aparece o prosaísmo, o cotidiano, tendência para o tratamento de temas prosaicos, vulgares, em princípio pouco poéticos ou pouco passíveis.

Ex.: Namoro a Cavalo (Parte A).

“[...]
Fui mesmo sujo ver a namorada...

Mas eis que no passar pelo sobrado,
Onde habita nas lojas minha bela,
Por ver-me tão lodoso ela irritada
Bateu-me sobre as ventas a janela...

O cavalo ignorante de namoros
Entre dentes tomou a bofetada,
Arrepia-se, pula, e dá-me um tombo
Com pernas para o ar, sobre a
[calçada...

Dei ao diabo os namoros. Escovado
Meu chapéu que sofrera no pagode,
Dei de pernas corrido e cabisbaixo
E berrando de raiva como um bode.[...]”

O livro divide-se em duas partes: Parte A e Parte B.

PARTE A
• Imaginativa, platônica, sentimental.
• Os temas mais comuns são o desejo de amar, o amor idealizado, povoado por virgens misteriosas que nunca se transformam em realidade causando assim a dor e frustração que são acalmadas pela presença da mãe e da irmã.
• Medo de amar impede-o de amar (profundo desejo de amar).
• O reflexo dramático do adolescente.
• Contraste entre o sonhar, o amor e a fuga de sua posse.
• A crítica jocosa ao amor romântico.

PARTE B
• Demoníaca, de deboche, de angústia e loucura.
• Os temas centrais são a busca pela morte, que tem significado de fuga, o eu-lírico sente-se impotente frente ao mundo que lhe é apresentado e vê na morte a única maneira de libertação.
• A poesia, o desespero e a profunda intuição da morte próxima.
• Última frase de Álvares de Azevedo: “Que fatalidade, meu pai”.
• Mágoa profunda – “mal do século”.
• “Parece que eu passei da parte A para B como Ariel para Calibã”
*Ariel – divindade do ar (Deus do Bem e do Belo) .
Calibã – divindade do Terror e da Fúria (Personagens de A Tempestade de Shakespeare – 1611)


Comentários: Vê-se as influências de Álvares, pois o autor lia Byron , Musset, Chatterton, cultuou Bocage e louvou Goethe (autor de Wether).

Sua obra Completa só foi publicada em 1862.

Se Eu Morresse Amanhã!

Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!

Que sol! Que céu azul! Que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!




REFERÊNCIAS:
http://migre.me/6xQf
http://migre.me/6xQp
http://recantodasletras.uol.com.br/biografias/48622786227
• Coleção Prestígio, Poesias Completas, Alváres de Azevedo, Editora Ediouro.

GRUPO:
• Aléxia Domene Eugenio - 1ºEM
• Ingrid Domene Eugenio - 1ºEM
• Mariana Retali Martins - 1ºEM