quinta-feira, 19 de novembro de 2009

PRAZO ENCERRADO PARA POSTAGENS VALENDO NOTA. DAQUI PRA FRENTE É POR PURO PRAZER!


MEUS QUERIDOS, EXPIROU O PRAZO PARA POSTAGENS.

TENHO QUE ENTREGAR AS NOTAS DE VOCÊS, NÃO DÁ MAIS TEMPO...

MAS FICA O CONVITE: NÃO ABANDONEM ESTE BLOG! PODEM POSTAR COMENTÁRIOS SOBRE QUAISQUER TIPOS DE LIVROS QUE VOCÊS LEREM, SERÁ UM PRAZER COMPARTILHAR!

JUCA PIRAMA - Gonçalves Dias

No meio das tabas de amenos verdores, Cercadas de troncos - cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva nação; São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra, que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão.

São rudos, severos, sedentos de glória, Já prélios incitam, já cantam vitória, Já meigos atendem à voz do cantor: São todos Timbiras, guerreiros valentes! Seu nome lá voa na boca das gentes, Condão de prodígios, de glória e terror!

As tribos vizinhas, sem forças, sem brio, As armas quebrando, lançando-as ao rio, O incenso aspiraram dos seus maracás: Medrosos das guerras que os fortes acendem, Custosos tributos ignavos lá rendem, Aos duros guerreiros sujeitos na paz. No centro da taba se estende um terreiro, Onde ora se aduna o concílio guerreiro Da tribo senhora, das tribos servis: Os velhos sentados praticam d’outrora, E os moços inquietos, que a festa enamora, Derramam-se em torno dum índio infeliz

Acerva-se a lenha da vasta fogueira Entesa-se a corda da embira ligeira, Adorna-se a maça com penas gentis: A custo, entre as vagas do povo da aldeia Caminha o Timbira, que a turba rodeia, Garboso nas plumas de vário matiz. Em tanto as mulheres com leda trigança, Afeitas ao rito da bárbara usança, índio já querem cativo acabar: A coma lhe cortam, os membros lhe tingem, Brilhante enduape no corpo lhe cingem, Sombreia-lhe a fronte gentil canitar,

Que tens, guerreiro? Que temor te assalta No passo horrendo? Honra das tabas que nascer te viram, Folga morrendo. Folga morrendo; porque além dos Andes Revive o forte, Que soube ufano contrastar os medos Da fria morte. Rasteira grama, exposta ao sol, à chuva, Lá murcha e pende: Somente ao tronco, que devassa os ares, O raio ofende!

Em larga roda de novéis guerreiros Ledo caminha o festival Timbira, A quem do sacrifício cabe as honras, Na fronte o canitar sacode em ondas, O enduape na cinta se embalança, Na destra mão sopesa a iverapeme, Orgulhoso e pujante. - Ao menor passo Colar d’alvo marfim, insígnia d’honra, Que lhe orna o colo e o peito, ruge e freme, Como que por feitiço não sabido Encantadas ali as almas grandes Dos vencidos Tapuias, inda chorem Serem glória e brasão d’imigos feros.

Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci; Sou bravo, sou forte, Sou filho do Norte; Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi.

Já vi cruas brigas, De tribos imigas, E as duras fadigas Da guerra provei; Nas ondas mendaces Senti pelas faces Os silvos fugaces Dos ventos que amei. Andei longes terras Lidei cruas guerras, Vaguei pelas serras Dos vis Aimoréis; Vi lutas de bravos, Vi fortes - escravos! De estranhos ignavos Calcados aos pés.

Meu pai a meu lado Já cego e quebrado, De penas ralado, Firmava-se em mi: Nós ambos, mesquinhos, Por ínvios caminhos, Cobertos d’espinhos Chegamos aqui! O velho no entanto Sofrendo já tanto De fome e quebranto, Só qu’ria morrer! Não mais me contenho, Nas matas me embrenho, Das frechas que tenho Me quero valer.

Nos resta de sofrer? - que novas dores, Que outro fado pior Tupã nos guarda? - As setas da aflição já se esgotaram, Nem para novo golpe espaço intacto Em nossos corpos resta. - Mas tu tremes! - Talvez do afã da caça.... - Oh filho caro! Um quê misterioso aqui me fala, Aqui no coração; piedosa fraude Será por certo, que não mentes nunca! Não conheces temor, e agora temes? Vejo e sei: é Tupã que nos aflige, E contra o seu querer não valem brios. Partamos!... -
"Eu porém nunca vencido, Nem nos combates por armas, Nem por nobreza nos atos; Aqui venho, e o filho trago. Vós o dizeis prisioneiro, Seja assim como dizeis; Mandai vir a lenha, o fogo, A maça do sacrifício E a muçurana ligeira: Em tudo o rito se cumpra! E quando eu for só na terra, Certo acharei entre os vossos, Que tão gentis se revelam, Alguém que meus passos guie; Alguém, que vendo o meu peito

Coberto de cicatrizes, Tomando a vez de meu filho, De haver-me por se ufane!" Mas o chefe dos Timbiras, Os sobrolhos encrespando, Ao velho Tupi guerreiro Responde com tôrvo acento: - Nada farei do que dizes: É teu filho imbele e fraco! Aviltaria o triunfo Da mais guerreira das tribos Derramar seu ignóbil sangue: Ele chorou de cobarde; Nós outros, fortes Timbiras, Só de heróis fazemos pasto. -

Do velho Tupi guerreiro A surda voz na garganta Faz ouvir uns sons confusos, Como os rugidos de um tigre, Que pouco a pouco se assanha!
"Que a teus passos a relva se torre; Murchem prados, a flor desfaleça, E o regato que límpido corre, Mais te acenda o vesano furor; Suas águas depressa se tornem, Ao contacto dos lábios sedentos, Lago impuro de vermes nojentos, Donde fujas com asco e terror! "Sempre o céu, como um teto incendido, Creste e punja teus membros malditos E oceano de pó denegrido Seja a terra ao ignavo tupi! Miserável, faminto, sedento, Manitôs lhe não falem nos sonhos, E do horror os espectros medonhos Traga sempre o cobarde após si.

"Um amigo não tenhas piedoso Que o teu corpo na terra embalsame, Pondo em vaso d’argila cuidoso Arco e frecha e tacape a teus pés! Sê maldito, e sozinho na terra; Pois que a tanta vileza chegaste, Que em presença da morte choraste, Tu, cobarde, meu filho não és."

Era ele, o Tupi; nem fora justo Que a fama dos Tupis - o nome, a glória, Aturado labor de tantos anos, Derradeiro brasão da raça extinta, De um jacto e por um só se aniquilasse. - Basta! Clama o chefe dos Timbiras, - Basta, guerreiro ilustre! Assaz lutaste, E para o sacrifício é mister forças. -

O guerreiro parou, caiu nos braços Do velho pai, que o cinge contra o peito, Com lágrimas de júbilo bradando: "Este, sim, que é meu filho muito amado! "E pois que o acho enfim, qual sempre o tive, "Corram livres as lágrimas que choro, "Estas lágrimas, sim, que não desonram."

Fonte:

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=16652

GRUPO:
Gustavo Arai nº12
Hugo Spiguel nº13
Otávio Arai nº24

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Cartas de Mário de Sá-Carneiro a Fernando Pessoa


Cartas de Mário de Sá-Carneiro a Fernando Pessoa


Como escritor, Mário de Sá-Carneiro demonstra, na fase inicial da sua obra, influências do decadentismo e até do saudosismo, numa estética do vago, do complexo e do metafísico. Aderiu posteriormente às correntes de vanguarda do paúlismo, do sensacionismo e do interseccionismo, apresentadas por Fernando Pessoa.

O delírio e a confusão dos sentidos, marcas da sua personalidade, sensível ao ponto da alucinação, com reflexos numa imagística exuberante, definem a sua egolatria, uma procura de exprimir o inconsciente e a dispersão do eu no mundo. Acompanhe:

“ Não perdi a minha alma/ Fiquei com ela, perdida/ Assim eu choro, da vida,/ A morte da minha alma. “

Este narcisismo, frustrada a satisfação das suas carências, levou-o a um sentimento de abandono e a uma poesia auto-sarcástica, expressa em poemas como Serradura, Aqueloutro ou Fim, revendo-se o poeta na imagem de um menino inútil e desajeitado, como em Caranguejola.

A sua crise de personalidade, que se traduziu no frenesi da experiência sensorial e no desejo do extravagante, foi a da inadequação e da solidão, da incapacidade de viver e de sentir o que desejava que o levou a uma tentativa de dissolução do ser, consumada na morte.

É a correspondência para Fernando Pessoa que permite traçar o mais fiel retrato de Mário de Sá-Carneiro, mas também seguir-lhe os passos quase diários em Paris, assistir ao seu deslumbramento e à sua autoflagelação, aos seus entusiasmos e decepções, acompanhar a sua caminhada para o abismo, intuir os seus desesperos no silêncio das entrelinhas ou nos múltiplos pontos de exclamação que pontuam a sua escrita.


Se aquilo que sobressai neste conjunto de cartas é o drama íntimo daquele que as envia, não é menos evidente que é fundamentalmente de literatura, de arte que se trata que é também a história da geração de Orpheu que, através delas, se torna mais clara, mais rica.

Orpheu

Orpheu marcou a história da literatura portuguesa do século XX, sendo considerado o marco inicial do modernismo em Portugal. Os protagonistas da revista ficaram conhecidos como «geração de Orpheu». Apenas doze anos depois a importância desta publicação começaria a ser reconhecida pela «segunda geração modernista» nas páginas da revista Presença, publicada em Coimbra a partir de 1927.

Para entender o livro, a vida de Mario de Sá

Nasceu em Lisboa no dia 19 de maio de 1890. Os primeiros anos de sua vida são marcados pela dor causada pela morte da mãe, em 1892, quando ele tinha apenas dois anos. Em 1911 matricula-se na Faculdade de Direito de Coimbra e, no ano seguinte, transfere-se para Universidade de Paris para dar continuidade ao curso de Direito, que não conseguiu concluir. Ainda em 1912 publica a peça teatral "Amizade" e o volume de novelas "Princípio". Nessa época, começa a corresponder-se com Fernando Pessoa.

Nessa correspondência já é refletido o agravamento dos seus problemas emocionais e as idéias de morte e suicídio. Em 1914, além de publicar as obras "Dispersão" e "A confissão de Lúcio", Sá Carneiro intensifica sua correspondência com Fernando Pessoa, a quem envia seus poemas e projetos de obras, revelando crescentes sinais de pessimismo e desespero. Em 1915, como integrante do grupo modernista em Portugal, participa do lançamento da revista "Orpheu". No segundo volume dessa revista publica o poema futurista "Manucure", que, ao lado do poema "Ode triunfal" de Álvaro de Campos (Heterônimo de Fernando Pessoa), provocam impacto e polêmicas nos meios literários.

Ainda em 1915 regressa à Paris, onde passa por constantes crises de depressões, que são agravadas por causa das suas dificuldades financeiras. Em 1916, numa carta a Fernando Pessoa, anuncia a sua intenção de suicídio, o que efetivamente ocorre no dia 26 de Abril, num quarto do Hotel Nice, em Paris. A obra de Mário Sá-Carneiro está intimamente relacionada a sua vivência pessoal, ou seja, revela toda a sua inadaptação ao mundo e a constante busca do seu próprio eu. Isso faz com que o poeta mergulhe no seu mundo interior e, diferente de Fernando Pessoa, que se desdobrou em heterônimos, atinja a autodestruição. Para o bom entendimento da obra de Mário de Sá Carneiro é necessária a análise das "Cartas a Fernando Pessoa", publicadas postumamente.

Fonte:

http://www.astormentas.com/carneiro.htm



Por

Renê

Maria Isabela

Maria Carolina

Thamires Targa


2º E.M

MACHADO DE ASSIS – MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS

Memórias Póstumas de Brás Cubas foi publicado em 1881 por Machado de Assis, que inaugura o realismo nas letras brasileiras. A partir dessa obra ele se revela um arguto observador e analista psicológico dos personagens. O ritmo da obra é lento, com várias digressões e narrado de maneira irreverente e irônica por um "defunto autor". Brás Cubas, por estar morto, se exime de qualquer compromisso com a sociedade, estando livre para criticá-la e revelar as hipocrisias e vaidades das pessoas com quem conviveu.
ž A história é narrada por Brás Cubas, um defunto autor que após narrar sua morte e funeral começa a contar a sua vida. Conta a infância, as travessuras, o primeiro namoro com Marcela (interesseira e bela, fica pobre e feia), um namoro com Eugênia (que acaba pobre) e mais tarde seu noivado com Virgília. Como Virgília casa com outro eles mais tarde se tornam amantes. O romance era ajudado por Dona Plácida (que também morre pobre) e acaba quando esta vai para o Norte com o marido. Conta então seu reencontro com o amigo Quincas Borba (primeiro na miséria, depois rico, depois miserável e louco), que lhe expõem sua filosofia, o Humanitismo. Cubas passa seguir o Humanitismo. Já deputado, não se reelege ou se torna ministro e funda um jornal de oposição baseado no Humanitismo. Mais velho se volta para a caridade e morre logo após criar um emplasto que curaria a hipocondria e lhe traria fama.
ž Brás Cubas - narrador, morto aos 64 anos, ainda próspero e rijo, fidalgo.
ž Marcela - segundo grande amor de Brás Cubas, uma prostituta de elite, cujo amor por Brás duraria quinze meses e onze contos de réis.
ž Virgília - filha do comendador Dutra, segundo o pai de Brás, Bento Cubas, a Ursa Maior amante de Brás Cubas; casa-se com Lobo Neves por interesse.
ž Quincas Borba - menino terrível que dava tombos no paciente professor Barata, colega de escola de Brás que o encontrará mais tarde, mendigo, que rouba-lhe um relógio mas retorna-o ao colega após receber uma herança. Desenvolve a filosofia do humanismo: ao vencedor, as batatas; ao vencido, ódio ou compaixão.
ž Eugênia - filha de Eusébia e Vilaça, menina bela, embora manca.
ž Nhá Loló - moça simplória; tinha dotes de soprano; morre de febre amarela.
ž Cotrim - casado com Sabina, irmã de Brás; ambos interesseiros.
ž Nhonhô - filho de Virgília.
ž D. Plácida - empregada de Virgília; confidente e protetora de sua relação extra conjungal.
ž Lobo Neves - casado com Virgília; homem frio e calculista.
MAÍSA COSTA / YURI SANCHES – 1. EM

Libertinagem



Libertinagem, de Manuel Bandeira



Resumo
Publicado em 1930, Libertinagem constitui o primeiro livro

inteiramente modernista de Manuel Bandeira, e é seu quarto livro de poemas. É uma sucessão de poemas espantosos, cheios de novidade, humor, erotismo, refinamento musical, força de imagens – tudo isso produzindo uma intensidade emocional que, às vezes, aproxima-se do piegas, mas nunca cai nele.

É notória sobretudo a renovação da linguagem, neste livro. Numa fuga à expressão "poética", ao "belo" tradicional, Manuel Bandeira explora os veios da fala cotidiana, coloquial e popular usando um "prosismo poético". Tira poema de notícia de jornal, de frases de todo dia.

Com esse material traduz as dores do mundo, a vida e a morte, não na dolência ou balanceio da poesia habitual, mas numa secura e por vezes num "humor que ostenta a rara qualidade de ser ao mesmo tempo trágico". Exemplos citados são Pneumotórax e Poema Tirado de uma Notícia de Jornal, entre outros.

A essa orientação coloquial-irônica pertence também a Balada das Três Mulheres do Sabonete Araxá, escrita pelo poeta depois de ter visto um cartaz do dito sabonete. Neste como em outros poemas, vê-se a intenção de poetar o prosaico, o insignificante - atitude típica do Modernismo e da arte bandeiriana.

Personalista, a poesia de Manuel Bandeira assemelha-se a uma espécie de diário íntimo em que os acontecimentos do mundo se refletem nas imagens da vida íntima e pessoal, como se a expressão poética resultasse da soma entre a confidência e a notação exterior, a contemplação da realidade, numa atitude de estranheza do poeta em relação ao mundo. Surge aí a força humanizadora de sua poesia, marcada por intensa paixão pela vida e por ardente ternura. Tal atitude não pressupõe o sentimentalismo fácil; ao contrário, deplora-o através do despojamento, da simplicidade e da reflexão. Reveste-a o tom irônico e tantas vezes amargo de seus poemas, em que se destacam ainda temas como o tédio, a melancolia; o amor, o erotismo; a solidão, a angústia existencial; o popular e o folclórico; a fuga do espaço, o escapismo.

Seguindo Ritmo Dissoluto, o livro contém trinta e oito poemas escritos entre 1924 e 1930; na maioria deles, podemos observar a intenção do poeta de romper com as formas tradicionais, acadêmicas e passadistas. Esta tem sido considerada a obra mais vanguardista de Manuel Bandeira, aquela em ele praticou mais livremente a própria liberdade formal, valendo-se de versos e estrofação irregulares e abandonando a rima, além de empregar largamente o coloquial, numa atitude inequivocamente antiformalista. Exemplos claros são Poética, verdadeira profissão de fé modernista, e Poema Tirado de Uma Notícia de Jornal.

Alguns dos poemas mais famosos de Bandeira fazem parte deste livro: Pneumotórax, cena de humor negro envolvendo um tuberculoso e um médico infame; Pensão familiar, cena do cotidiano de uma “pensãozinha burguesa”, com o inesquecível gatinho que “faz pipi” e “encobre cuidadosamente a mijadinha” – “a única criatura fina da pensãozinha burguesa”; Profundamente, um dos grandes poemas da morte deste grande poeta da morte, e, talvez o mais célebre de seus poemas, Vou-me embora pra Pasárgada, deliciosa utopia que apresenta a fantasia de um país em que todos os desejos se satisfazem, especialmente os desejos sexuais:

“Vou-me embora prá Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora prá Pasárgada” (...)


Tematicamente, o livro percorre as linhas-mestras abordadas por Manuel Bandeira, que são: lidar com o aspecto autobiográfico, tratado ora melancolicamente: Não sei dançar, Andorinha e Profundamente; ora ironicamente: Pneumotórax; ou ocasionalmente: Vou-me embora pra Pasárgada, como já observado. Preocupa-se com assuntos extraídos do dia-a-dia, como em Irene no Céu e Poema tirado de uma notícia de jornal, ou ainda com o transcrever de experiências poéticas, com preocupações de definição da poesia, como está exemplificado em Poética, considerada a profissão de fé da estética modernista.

Com a mesma melancolia das passagens autobiográficas, acrescida de um saudosismo tristonho e quase romântico, são evocadas paisagens antigas (Evocação do Recife) ou paisagens que entram na vida do escritor mais recentemente (Mangue). Sem dúvida, o mais profundo poema de Manuel Bandeira é, de certa forma, o hino de seu sentimentalismo, O último poema, que encerra o próprio sentido de poesia do escritor:

"Assim eu quereria o meu último poema
Que fosse tenro dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicídios que se matam sem explicação."


A principal característica da obra de Bandeira é, sem sobra de dúvidas, o emprego do verso livre. No entanto, isso não significa que Bandeira não fizesse uso das formas fixas. Nas suas últimas obras ele utilizou-se muito da forma mais clássica de todas: o soneto.

Os versos livres de Bandeira sempre foram escritos sem preocupações. Ele não gostava de modificar nada. Até mesmo, segundo o próprio poeta, o poema Vou me embora para Pasárgada foi escrito dessa forma: "Saiu sem esforço, como se estivesse pronta dentro de mim"

Os principais temas de seus poemas foram: solidão, dor e o medo da morte. O cotidiano de Santa Tereza, local

onde morava, era constantemente transformado em crônicas.


DISPERSÃO : Mário de Sá Carneiro .

Mário de Sá Carneiro


O POETA QUE FEZ LUZ NA ESCURIDÃO


SOBRE O AUTOR .
Escritor português, natural de Lisboa. A mãe morreu quando Sá-Carneiro tinha apenas dois anos e, em 1894, o pai iniciou uma vida de viagens, deixando o filho com os avós e uma ama na Quinta da Victória, em Camarate. Em 1900, entrou no liceu do Carmo, começando, então, a escrever poesia. Entretanto, o pai, de regresso dos Estados Unidos, levou-o a visitar Paris, a Suíça e a Itália. Em 1905 redigiu e imprimiu O Chinó, jornal satírico da vida escolar, que o pai o impediu de continuar, por considerar a publicação demasiado satírica. Transferido, em 1909, para o Liceu Camões, escreveu, em colaboração com Thomaz Cabreira Júnior (que viria a suicidar-se no ano seguinte), a peça Amizade. Impressionado com a morte do amigo, dedicou-lhe o poema A Um Suicida, 1911. Matriculou-se na Faculdade de Direito de Coimbra em 1911, mas não chegou sequer a concluir o ano. Iniciou, entretanto, a sua amizade com Fernando Pessoa e seguiu para Paris, com o objetivo de estudar Direito na Sorbonne. Na capital francesa dedicou-se sobretudo à vida de boemia dos cafés e salas de espetáculo.Em 1914, publicou A Confissão de Lúcio (novela) e Dispersão (poesia). No ano seguinte, durante uma passagem por Lisboa, começou, conjuntamente com os seus amigos, em especial Fernando Pessoa, a projetar a revista literária que se viria a publicar com o nome de Orpheu.
À revista , cujo primeiro número, saído em Abril de 1915 e imediatamente esgotado, provocou enorme escândalo no meio cultural português. No final do mesmo mês, publicou Céu em Fogo. Em Julho desse ano saiu o Orpheu 2 e, pouco depois, Sá-Carneiro regressou a Paris, de onde escreveu a Fernando Pessoa comunicando a decisão do pai de não subsidiar o número 3 da revista. Agravaram-se, por esta altura, as crises sentimentais e financeiras do poeta (já por várias vezes tinha escrito a Fernando Pessoa comunicando o seu suicídio). Sá-Carneiro suicidou-se, com vários frascos de estricnina, a 26 de Abril de 1916, num Hotel de Nice, suicídio esse descrito por José Araújo, que Mário Sá-Carneiro chamara para testemunhar a sua morte. Deixou a Fernando Pessoa a indicação de publicar a obra que dele houvesse, onde, quando e como melhor lhe parecesse.
Como escritor, Mário de Sá-Carneiro demonstra, na fase inicial da sua obra, influências do decadentismo e até do saudosismo, numa estética do vago, do complexo e do metafísico. Aderiu posteriormente às correntes de vanguarda do paúlismo, do sensacionismo e do interseccionismo, apresentadas por Fernando Pessoa.
O delírio e a confusão dos sentidos, marcas da sua personalidade, sensível ao ponto da alucinação, com reflexos numa imaginação exuberante, definem a sua egolatria, uma procura de exprimir o inconsciente e a dispersão do eu no mundo. Este narcisismo, frustrada a satisfação das suas carências, levou-o a um sentimento de abandono e a uma poesia auto-sarcástica,revendo-se o poeta na imagem de um menino inútil e desajeitado. A sua crise de personalidade, que se traduziu no frenesi da experiência sensorial e no desejo do extravagante, foi a da inadequação e da solidão, da incapacidade de viver e de sentir o que desejava, que o levou a uma tentativa de dissolução do ser, consumada na morte. Foi autor da coletânea de contos Princípio (1912), de que se destaca O Incesto, e do volume póstumo Indícios de Ouro (1937). As suas Cartas a Fernando Pessoa foram reunidas em dois volumes, em 1958 e 1959.

A SUA OBRA - DISPERSÃO
Primeiro livro de poesias de Sá-Carneiro, poeta de dispersão interior, Dispersão revela logo no título a dificuldade de concentração, a pluralidade de opções com que o seu interior se confrontava, anunciando já o termo trágico que daria à sua vida. Contém 12 poemas e é a busca do ideal inacessível, o mundo de sonhos onde o poeta se sente bem. Dispersão e outros como Além-Tédio são poemas significativos da tristeza, exprimem o tédio endurecido e a dor "de ser - quase" que o faz ter saudades da morte. A propósito dos poemas de Dispersão, o poeta não se integra no mundo, o que lhe causa por vezes um sofrimento de morte. Sá-Carneiro seria destruído pela sua poesia e em proveito dela. O dualismo de Sá-Carneiro revela-se também através da oposição, antítese, na definição de si mesmo, na impossibilidade de reconciliação entre o poeta e o mundo, entre a alma e o corpo:Não sou amigo de ninguém. Pra o ser – Forçoso me era antes possuir Quem eu estimasse – ou homem ou mulher, E não logro nunca possuir. Em Mário de Sá-Carneiro tudo é difuso, velado, nevoento, tudo é tarde, crepúsculo, poente, fim de dia, noite, sombras, trevas, numa palavra mistério. Os próprios títulos indicam uma atmosfera nebulosa, mal definida: Intersonho, Vontade de dormir, Dispersão, Quase, Alem- Tédio.
No livro Dispersão ainda se notam vestígios da expressão simbolista. Contudo, é já um livro moderno pela atenção que da ao existencial. Verificamos ao longo do livro o desespero do poeta causado pela dicotomia de não conseguir alcançar o celeste, o divino, o ideal. Assim, a sua alma está nostálgica de além. o desespero de não se adaptar à vida. A busca e a dispersão de si mesmo são a linha de conduta de todo o livro. O poeta, num desabafo desesperante, diz:
• Perdi-me dentro de mim / Porque eu era labirinto, / E hoje, quando me sinto, / E com saudades de mim. A dor sentir-se vivo e o desejo de equilíbrio também estão presentes, assim como o desespero, a profunda tristeza que o levará a dizer: O pobre moço das ânsias... / Tu, sim, tu eras alguém! / E foi por isso também / Que te abismaste nas ânsias.Na essência da sua poesia surge a busca do seu ideal de poeta, a renuncia que dele exige. Tudo constitui um mundo de dúvidas, de ânsias, de angustias. A poesia de Sá-Carneiro nasceu madura, na plena posse dos seus recursos, na luz da escuridão.
A obra de Mário Sá-Carneiro está intimamente relacionada a sua vivência pessoal, ou seja, revela toda a sua inadaptação ao mundo e a constante busca do seu próprio eu. Isso faz com que o poeta mergulhe no seu mundo interior e, diferente de Fernando Pessoa, que se desdobrou em heterônimos, atinja a autodestruição. Para o bom entendimento da obra de Mário de Sá Carneiro é necessária a análise das "Cartas a Fernando Pessoa", publicadas postumamente, onde o autor deixa claro toda a angustia que sentia .
É um dos nossos maiores poetas do Modernismo, talvez o que melhor exprime a angustia de não saber quem é, e o que isso reflete em seu modo de vida e de percepção do mundo a sua volta, ora com decepção ao jeito simbolista, ora inebriada pelas sensações e entusiasmos do futurismo.Exprimia em suas obras quem realmente era: um menino perdido, que não se encontra no mundo em que vive, e assim confuso e perdido, desesperasse .
A sua poética afasta-se de uma preocupação meramente formal da experiência literária, centrando nela embora o seu discurso, mas nela fundamentando as interrogações e a afirmação de anseios que dão sentido a uma existência que, no entanto as não encontram.

ALGUNS POEMAS QUE REVELAM A SUA PROFUNDA MELANCOLIA


ESCAVAÇÃO

Numa ânsia de ter alguma cousa,
Divago por mim mesmo a procurar ,
Desço-me todo, em vão, sem nada achar,
E a minh’alma perdida não repousa.
Nada tenho, decido-me a criar:
Brando a espada: sou luz harmoniosa
E chama genial que tudo ousa
Unicamente a força de sonhar ...
Mas a vitória fulva esvai-se logo...
E as cinzas, cinzas só,em vez de fogo...
-Onde existo que não existo em mim?
Um cemitério falso sem ossadas
Noites d’amor sem bocas esmagadas
Tudo outro espamo que principio ou fim .

ALCOOL

Guilhotinas, pelouros e castelos
Resvalam longamente em procissão;
Volteiam-me crepúsculos amarelos ,
Mordidos , doentios de roxidão.
Batem asas de auréola aos meus ouvidos,
Grifam-me sons de cor e de perfumes,
Ferem-me os olhos turbilhões de gumes,
Descem-me a alma,sangram-me os sentidos
Respiro-me no ar que ao longe vem,
Da luz que me ilumina participo ,
Quero reunir-me, e todo me dissipo-
Luto, estrebucho...em vão! Silvo pra além ...
Corro em volta de mim sem me encontrar ...
Tudo oscila e se abate como espuma...
Um disco de ouro surge a voltear...
Fecho os meus olhos com pavor da bruma...
Que droga foi essa que me inoculei?
Ópio de inferno em vez de paraíso?...
Que sortilégio a mim próprio lancei?
Como é que em dor genial eu me eterizo?
Nem ópio nem morfina.O que me ardeu,
Foi alcool mais raro e penetrante:
É só de mim que ando delirante –
Manhã tão forte que me anoiteceu.

E sua obra mais famosa :
Dispersão
•Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim.
Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...
Para mim é sempre ontem,
Não tenho amanhã nem hoje:
O tempo que aos outros foge
Cai sobre mim feito ontem.
O Domingo de Paris
Lembra-me o desaparecido
Que sentia comovido
Os Domingos de Paris:
Porque um domingo é família,
É bem-estar, é singeleza,
E os que olham a beleza
Não têm bem-estar nem família
O pobre moço das ânsias... tu, sim, tu eras alguém!
E foi por isso também
Que te abismaste nas ânsias.
A grande ave dourada
Bateu asas para os céus,
Mas fechou-as saciada
Ao ver que ganhava os céus.
Como se chora um amante,
Assim me choro a mim mesmo:
Eu fui amante inconstante
Que se traiu a si mesmo.
Não sinto o espaço que encerro
Nem as linhas que projeto:
Se me olho a um espelho, erro —
Não me acho no que projeto.
Regresso dentro de mim
Mas nada me fala, nada!
Tenho a alma amortalhada,
Sequinha, dentro de mim.
Não perdi a minha alma,
Fiquei com ela, perdida.
Assim eu choro, da vida,
A morte da minha alma.
Saudosamente recordo
Uma gentil companheira
Que na minha vida inteira
Eu nunca vi...
Mas recordo
A sua boca doirada
E o seu corpo esmaecido,
Em um hálito perdido
Que vem na tarde doirada.
As minhas grandes saudades
São do que nunca enlacei.
Ai, como eu tenho saudades
Dos sonhos que não sonhei!...
E sinto que a minha morte —
Minha dispersão total —
Existe lá longe, ao norte,
Numa grande capital.
Vejo o meu último dia Pintado em rolos de fumo,
E todo azul-de-agonia
Em sombra e além me sumo.
Ternura feita saudade,
Eu beijo as minhas mãos brancas...
Sou amor e piedade
Em face dessas mãos brancas...
Tristes mãos longas e lindas
Que eram feitas
Pra se dar
Ninguém mas quis apertar
Tristes mãos longas e lindas
Eu tenho pena de mim,
Pobre menino ideal...
Que me faltou afinal?
Um elo? Um rastro?... Ai de mim!...
Desceu-me na alma o crepúsculo;
Eu fui alguém que passou.
Serei, mas já não me sou;
Não vivo, durmo o crepúsculo.
Álcool dum sono outonal
Me penetrou vagamente
A difundir-me dormente
Em urna bruma outonal.
Perdi a morte e a vida,
E, louco, não enlouqueço...
A hora foge vivida,
Eu sigo-a, mas permaneço,
.....................................
Castelos desmantelados,
Leões alados sem juba
......................................

REFLEXÃO

"Que me faltou afinal?" "Onde existo se não em mim ?"
"Corro em volta de mim sem me encontar ?"
O que falta a cada um de nós, para sermos realmente felizes ? Acredito que mais AMOR. O amor de hoje, não o de amanhã , nem o de ontem , o sentimento vivo de agora, pois como disse nosso grande poeta Renato Russo : "É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, por que se você parar prá pensar na verdade não há..." .
VIVA o HOJE
VIVA FELIZ agora
AME ...
Expluse a melancolia do seu coração e deixe que a luz aflore, seja um poeta completo, feliz ...
Encontre seu lugar no mundo ...



e nunca se esqueça é que é preciso recolher os pedações dispersos e se reconstruir a cada dia novo, melhor , mais feliz ....
Nasça sempre com as manhãs
como o dia... que nasce novo em cada amanhecer ....
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domingo, 15 de novembro de 2009

Autopsicografia -- Fernando Pessoa

AUTOPSICOGRAFIA


O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.



"1ª Estrofe"

O primeiro verso contém a ideia fundamental do poema, "o poeta é um fingidor", que, logo a seguir, é explicado por meio de uma particularização centrada na dor.
A poesia não está na dor sentida, mas no fingimento dela. Isto é, a dor sentida, a dor real, para se elevar ao plano da arte, tem de ser fingida, imaginada, tem de ser expressa em linguagem poética, o poeta tem que partir da dor real, a dor que deveras sente.

"2 Estrofe"

Na segunda parte do poema, o poeta alude a fruição artística da parte do leitor, nela não sente a dor real (inicial), que o poeta sentiu, nem a dor imaginária que o poeta imaginou, nem a dor que eles (leitores) têm, mas só a que eles não têm. Isto é, o que o leitor sente é uma quarta dor que se liberta do poema, que é interpretado á maneira de cada leitor.
Na segunda estrofe há referência a quatro dores: a dor sentida (real), a dor fingida pelo poeta, a dor real do leitor e a dor lida (dor intelectualizada que provém da interpretação do leitor)

"3ª Estrofe"

A terceira parte do poema, como a própria expressão "E assim" prenuncia, constitui uma espécie de conclusão: o coração (símbolo da sensibilidade) é um comboio de corda sempre a girar nas calhas da roda (que o destino fatalmente traçou) para entreter a razão. São aqui marcados os dois pólos em que se processa a criação do poema: o coração (as sensações de onde o poema nasce) e a razão (a imaginação onde o poema é inventado).

Características Gerais

Linguagem metafórica, emq ue estabele a ligação entre o coração (sentimento) e um brinquedo
("comboio de corda"), o poeta diz que o sentir ilude a razão, o pensar, como se o processo de criação também fosse um jogo.
A construção estrófica em quadras e o metro em redondilha maior configuram claramente o gosto do autor pelo folcloórico e popular.
O esquema de rimas apresentado em cada estrofe é um dos mais singelos: ABAB, ABAB, ABAB - rimas alternadas, sem lapso algum do preciosismo, pelo contrário, visto serem as rimas, qaunto ao vocabulário, ricas e pobres. Há uma total inexistência, portanto, de raras, ou preciosas.








Grupo:
Eduardo Pessa, 07
João Vitor Lepre, 20
Victor Martin, 31
José Junior Costa, 36
Heitor Guilmar, 48












PARABÉNS AOS QUE POSTARAM! ALGUMAS POSTAGENS TIVERAM FEED BACK MUITO POSITIVO!


Literatura pode ser definida como a arte de criar e recriar textos , de compor ou estudar escritos artísticos; o exercício da eloquência e da poesia; o conjunto de produções literárias de um país ou de uma época; a carreira das letras.
A palavra Literatura vem do latim "litterae" que significa "letras", e possivelmente uma tradução do grego "grammatikee". Em latim, literatura significa uma instrução ou um conjunto de saberes ou habilidades de escrever e ler bem, e se relaciona com as artes da gramática, da retórica e da poética. Por extensão, se refere especificamente à arte ou ofício de escrever de forma artística.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Iracema - José de Alencar

Iracema

Lenda criada por Alencar, Iracema explica poeticamente as origens de sua terra natal. A 'virgem dos lábios de mel' tornou-se símbolo do Ceará , e o filho, Moacir nascido de seus amores com o colonizador branco Martim representa o primeiro cearense, fruto da integração das duas raças.Em Iracema, a relação amorosa entre a jovem índia e o fidalgo português Martim, domina toda a obra.Toda a força poética do livro advém dessa relação amorosa; o demais, a saber, a natureza , a bravura selvagem, a lealdade do índio etc.., são elementos já tratados em O Guarani e posteriormente em Ubirajara. Por outro lado, a ação é reduzidíssima, o que dá ao livro um notável espaço lírico de que se valeu Alencar para escrever sua obra mais poética: a desorientação inicial de Martim, jovem fidalgo português, que se perdera nas matas; o surpreendente encontro com a jovem índia; a hospitalidade do selvagem brasileiro; o ciúme do guerreiro; o amor entre os representantes das duas raças: Iracema e Martim; a nostalgia de Martim por sua terra natal, suas viagens e a tristeza de Iracema com a mudança inesperada de seu amado; o nascimento de Moacir, filho de dor, e a morte de Iracema... Essa é praticamente a síntese da fábula do livro.

Resumo da obra
Iracema , a virgem tabajara consagrada a Tupã, apaixona-se por Martim, guerreiro branco inimigo dos tabajaras. Por esse amor abandona sua tribo, tornando-se esposa do inimigo de seu povo. Quando mais tarde percebe que Martim sente saudades de sua terra e talvez de alguma mulher, começa a sofrer. Nasce-lhe o filho, Moacir, enquanto Martim está lutando em outras regiões. Ao voltar, ele encontra Iracema prestes a morrer. Parte, então com o filho para outras terras.Destaca-se, nesta obra , a linguagem bem elaborada de Alencar. O estilo é artisticamente simples, procurando recriar a poesia natural da fala indígena, plena de comparações e personificações, o que dá ao livro as características de um verdadeiro poema.

Iracema foi publicado em 1865, num período em que a literatura nacional procurava firmar sua autonomia diante da portuguesa. José de Alencar se imbuiu desde seus primeiros escritos no projeto romântico de criação de uma linguagem literária própria e que pudesse estar à altura de produção romanesca européia, sem trair a cor local, sua raiz e tradições.
A exemplo do romantismo europeu, que procurava pesquisar suas raízes culturais e históricas, Alencar fez o mesmo em relação ao Brasil, e, voltando-se para o período de colonização da terra, realizou uma real pesquisa etimológica (origem das palavras) do tupi.

Somada à pesquisa linguística, o autor empreendeu também pesquisa histórica para compor com maior fidelidade o séc. XVIII, em que ambientou a tragédia história de Iracema; recorreu a alguns personagens reais como o Poti e português Martim, este que foi de fato um dos primeiros colonizadores do Ceará. O compromisso com uma argumentação histórica era necessário ao projeto romântico, afinal ambicionava-se reconstruir o passado nacional e exaltá-lo; quando os europeus voltavam-se para Idade Média, o Brasil recapitulava sua colonização e para tal carência de informações que a sustentasse, ainda que o lirismo e a fabulação estivessem acima do historicismo, afinal tratava-se de literatura.

Os feitos de Alencar não foram pequenos em Iracema e não é exagero afirmar que ele logrou muito do que buscava desde do seu ensaio de 1850. Aprofundando-se na língua tupi, ampliou a perspectiva na língua romanesca, literariamente fundou uma identidade nacional, e uma perspectiva da colonização do Brasil e da América que até hoje não pode ser descartada.

José de Alencar

O cearense Jose de Alencar (1829-1877) foi o mais importante romancista da fase romântica, social-urbanos e históricos, . Formou-se , em Direito e atuou como jornalista, além de ter sido eleito deputado por duas vezes. Em 1868 e 1870, ocupou o cargo de ministro da Justiça.
Como escritor, escreveu romances indianistas, regionalistas, social-urbanos e históricos. Escreveu também peças de teatro, como a Mãe e o Jesuítas, e diversas crônicas.
Foi como o romance indianista que Alencar ganhou projeção nacional. Obras como O guarani, Iracema e Ubirajara, deram-lhe a oportunidade de rediscutir, reavaliar e traçar um painel paisagístico de rara beleza de nosso país.
Alencar buscava inspirações nos grandes cavaleiros medievais europeus para dar forma a seu erói – no caso, o indígena -, como o personagem Peri, de O Guarani. Não via meio mais eficaz do que em comunhão com a natureza.
Fontes

http://www.algosobre.com.br/resumos-literarios/iracema.html
ALENCAR, José de – Iracema. Comentários e notas Luciana Miranda Penna. Série Lazuli Clássicos
Apostila 3º volume, 1ª série do Ensino Médio

Alunas:
Bárbara Ambrósio Nº4
Loana Matu Nº18
Maria Paula Arruda Nº22 - 1º E.M.

A moreninha - Joaquim Manuel de Macedo



A história conta sobre Augusto, rapaz que aposta com amigos ( incluso Felipe ) que não ficaria apaixonado por mais de 15 dias por mulher alguma, sua pena ( em caso de perda) será a de escrever um romance para estes amigos.

O romance A moreninha é o fruto desta aposta (há aqui um exercício de metalinguagem)

Augusto é estudante e colega de Felipe, cuja irmã é Carolina.

ugusto quando criança jurou amar eternamente uma menina cujo nome ignora e fica inconstante em seus amores, até que conhece Carolina, pela qual se apaixona e persegue.

Quando no final ficam noivos, ela primeiro manda-o casar-se com sua amada de infância e depois revela ela ser esta amada.

O livro é um exemplo clássico do Romantismo, tendo sido seu primeiro exemplo brasileiro.

Ele gira em torno de sua heroína perfeita e seu herói que luta para ter o amor desta e os obstáculos para sua realização, no caso a promessa infantil.

Também são bem representados os costumes do Rio de Janeiro da década de 1840 e a classe dos estudantes, da qual Macedo fazia parte na época da escrita do livro.

A obra de Macedo apresenta todo o esquema e desenvolvimento dos romances românticos iniciais: descrição dos costumes da sociedade carioca, suas festas e tradições, estilo fluente e leve, linguagem simples, que beira o desleixo, tramas fáceis, pequenas intrigas de amor e mistério, final feliz, com a vitória do amor.

Com esta receita, Macedo consegue ser o autor mais lido do Brasil em seu tempo.

Macedo foi, por excelência, o escritor da classe média carioca, em oposiçào à aristocracia rural.

Sua pena tinha o gosto burguês; seus romances eram povoados de jovens estudantes idealizados, moçoilas casadoiras, ingênuas e puras e demais tipos que perambulavam pela agitada cidade do Rio de Janeiro.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

TRABALHO DE LITERATURA: Álvares de Azevedo

Noite na Taverna


Autor:
Nome: Manuel Antônio Álvares de Azevedo;
Cidade: São Paulo;
Nascimento: 12 de Setembro de 1831;
Morte: Rio de janeiro, 25 de abril de 1852


Informações Sobre o Autor:
Período literário: segunda geração romântica (Ultra-Romântica, Byroniana ou Mal-do-século);
Contribuição Para a Literatura: escritor, contista, dramaturgo, poeta e ensaísta Brasil;
Autor de: Noites na Taverna (1855)


Noites na Taverna:
Características da obra:
Amor: histórias macabras de paixões que não deram certo;
Morte: crime e violência. Em todos os capítulos há o tema da morte por amor;
Bebida: ao se lembrarem das dolorosas lembranças, as personagens vão se embriagando; com isso parte de sua dor é suavizada;
Citação: “É preferível morrer por amor que viver sem ele.“
Cada capítulo é um conto, onde o protagonista delira sobre um grande amor.


Roteiro da Obra:

A seguir, uma rápida síntese sobre cada um dos capítulos que a obra apresenta


I Uma Noite do Século
As personagens estão em uma taverna, embriagando-se e contando histórias sobre trágicas paixões e romance antigos. Cada uma delas acaba, de forma geral, contando o que acham do amor, mas de forma muito superficial;

II Solfieri
2º capítulo: durante a noite, um homem encontra uma mulher chorando e a segue até o cemitério. Passado um ano, ele a encontra em um caixão dentro de uma igreja e tenta reanimá-la, pois percebeu que ela não estava morta. Ele a leva para sua casa, mas ela morre dois dias depois de uma febre alta.

III Bertram
3º capítulo: Um homem se envolve com uma espanhola, mas ela o deixa e depois de ser atropelado por uma família, tal homem conhece uma menina de 18 anos por quem se apaixona e fogem, mas ele a vende para um pirata em um jogo de cartas.
Quando está na Itália, resolve se matar, mas é impedido por um marinheiro. Ele passa algum tempo em um navio, onde se envolve com a mulher do capitão.
Ocorre um ataque pirata e depois que ambos os navios afundam, o narrador, o capitão e sua mulher e mais dois marinheiros se salvam. Com a falta de alimentos, decidem que quem morrer primeiro servirá de alimento para os outros.
No fim, os únicos que sobram são a mulher do capitão e o narrados. O último pedido dela para ele é que ele dê a ela um último momento de amor com ele, mas ele a sufoca por temer a morte.


IV Gennaro
4º capítulo: um aprendiz de pintor se apaixona pela esposa do mestre e é amado pela filha dela, Laura. Quando ele a engravida, ela o propõe em casamento, mas ele se esquiva e ela morre de depressão, assim como a criança em seu ventre.
O pai não sabe de nada e enquanto fica no quarto da filha, sua esposa faz amor com o aprendiz.
Quando descobre, tenta matá-lo, mas sua tentativa falha e quando o ex-aprendiz volta para a casa – para se desculpar e se vingar –, descobre que a mulher e o mestre estão mortos.

V Claudius Hermann
Ele é um apostador de cavalos que vê pela primeira vez a duquesa Eleonora, por quem se apaixona. Os dois se encontram novamente no teatro e ele a segue por uma semana, querendo possuí-la.
Uma noite, ele suborna um criado que lhe deixa ficar uma hora na casa da duquesa e também lhe dá a chave do quarto. Ele a deseja tanto que coloca um sedativo em seu vinho e aproveita-se dela, voltando várias vezes.
Em uma dessas noites, o marido da duquesa bebe um pouco de vinho. Claudius estava decidido a matá-lo, mas muda de idéia e sequestra a duquesa.
Quando chegam a uma estalagem, ela acorda e ele lhe conta tudo, forçando-a a ficar com ele. Ela, sem opções, aceita.
Alguns dias depois, quando Claudius chega em sua casa, depara-se com a cena da duquesa e seu marido mortos em sua cama.

VI Johann
Johann estava jogando bilhar com Arthur, seu adversário, e estava perdendo. Na sua última tentativa, Arthur bate na mesa e faz com que Johann perca.
Muito irritado, ele desafia Arthur para um duelo até a morte. O desafio foi aceito. Os dois partem para um hotel onde pegam suas armas e escrevem dois bilhetes. Vão para uma rua mal iluminada.
Ao atirarem, Arthur cai e entrega seu bilhete, com o endereço de sua mãe e outro com o da amante, com um anel para o último. Johann decide se passar por Arthur em seu encontro marcado.
Ele dorme com a amante, e quando vai embora pela manhã é atacado por um vulto. Após ambos rolarem escada abaixo, Johann mata o vulto, mas ao se arrastar para a luz, descobre que o vulto na verdade, era seu irmão a amante com quem ele dormiu, sua irmã.

VII Último Beijo de Amor
Todos estão dormindo na taverna, eis que entra uma mulher vestida de preto com uma lanterna na mão. Quando ela vê Arnold, tenta beijá-lo, mas quando se depara com Johann torna-se sombria. Ela enfia um punhal que trouxe consigo nele e limpa seus dedos ensanguentados no cabelo do ferido.
Ela vai até Arnold e ele desperta. Ele vê que a pessoa que está a sua frente é a irmã de Johann, mas também é uma prostituta conhecida como Giorgia. Arthur se lembra do tempo do duelo e também de sua recuperação no hospital. Pede a Giorgia que fique com ele, mas ela fala que é tarde demais e pede-lhe apenas um beijo de despedida, pois vai morrer.
Ela leva Arnold até o corpo de Johann e diz que o matou por ter sido desonrada por ele, seu próprio irmão. Arthur cobre o rosto enquanto Giorgia cai no chão. Arthur aperta o punhal em seu peito e cai sobre ela sufocando os dois gemidos de morte.

Referências:

http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/n/noite_na_taverna
http://pt.wikipedia.org/wiki/Noite_na_Taverna
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTTio1zQZxz2-Suhv5zW1ad5kz5O075j3M9g7YjYlgZ-FGmJMn_EBsQ36hyI2XBzWDbP10xljZve7rle7AIcf3YvTehpHXMyS58s_ZeOc6Ld_sXoH6TBbVBSb6Io_a70KzU2YJQ46GNdM/s400/alvares-de-azevedo1.jpg


Integrantes do Grupo:
Clara Ferreira, nº 7 – 1º EM
Carolina Romera Bonadio, nº 33 - 1º EM
João Renato Romera Bonadio, nº 34 - 1º EM

O navio negreiro - Castro Alves

Antônio Frederico Castro Alves
Nasceu em 14 de março de 1847, na Fazenda Cabaceiras, em Curralinho,hoje Castro Alves,na Bahia. E faleceu em 6 julho de 1871, aos 24 anos.
O poeta dos escravos
Foi o principal e mais popular representante do estilo romântico que predominou na poesia brasileira entre 1850 e 1870. Estilo que foi denominado Condoreiro pelo poeta e historiador Capistrano de Abreu.
O condoreirismo
É caracterizado por uma poesia retórica,em que se destacam os temas sociais e políticos, principalmente a defesa da Abolição da escravatura e a apologia da república.
O Navio Negreiro
No poema retrata o horror da vida dos escravos,nos navios negreiros que o traziam para o Brasil.
No autor conta a história dos escravos como se fosse um telespectador, que assistira tudo de uma águia,chamada albatroz que voa alto e percorre grandes distancias sem esforço.
“ Ontem a Serra Leoa, A guerra, a caça ao leão, O sono dormindo à-toa, Sob a tenda da amplidão...Hoje o porão negro,fundo,infecto,apertado,imundo,tendo a peste por jaguar...” (5º parte)
Neste trecho, ele visualiza desde da captura desses negros até a chegada ao seu cativeiro,suas vidas antes de serem capturados, mostra que eles também tinham sonhos, e eram felizes, e da indignação de serem tratados como animais sem a minima dignidade.
Castro Alves faz com que o leitor tenha a impressão que esta viajando junto com o albatroz e visualizar a alma dos negros que foram tão maltratados neste navio, e nos faz ver o quão nossa pátria foi injusta com os negros, tirados de seu pais, de sua família, para serem explorados em um lugar desconhecido, o Brasil.
O poema “O Navio Negreiro” é composto de 6 partes, e retrata a vida dos escravos de Serra Leoa, foi escrito no ano de 1869, quando o autor tinha 22 anos de idade, foi declamado pela primeira vez no dia 7 de setembro de 1868, numa comemoração da Independência do Brasil.

Créditos
Anna Clara Rodrigues nº 31
Rafael Braiani nº 30
Fonte
Livro , Espumas Flutuantes
Foto: wikipédia
Casimiro De Abreu -As Primaveras

Assim, as minhas – Primaveras – não passam de um ramalhete das flores próprias da estação, – flores que o vento esfolhará amanhã, e que apenas valem como promessa dos frutos do outono.Rio – 20 de Agosto – 1859.

As Primaveras escrito por Casimiro de Abreu, foi lançado em 7 de Setembro de 1859, com ajuda financeira do pai, embora este fosse avesso às tendências literárias do filho. O sucesso varreu o país como vendaval, sendo aclamado por alguns e criticado por outros, mas até hoje é o símbolo poético da Saudade.Trata-se de uma coleção de poesias melancólicas e sentimentais pela maior parte, em que há uma grande simplicidade na forma se alia um sentimento apaixonado e veemente.
Casimiro de Abreu viveu pouco a temporada de glória, porque os sintomas da Tuberculose se agravaram falecendo em 18 de outubro do ano seguinte, com apenas 21 anos.

Poesias que demonstram saudade : CANÇÃO DO EXÍLIO.

Eu nasci além dos mares:Os meus lares,Meus amores ficam lá!– Onde canta nos retirosSeus suspiros,Suspiros o sabiá!
Oh que céu, que terra aquela,Rica e belaComo o céu de claro anil!Que seiva, que luz, que galas,Não exalasNão exalas, meu Brasil!
Oh! que saudades tamanhasDas montanhas,Daqueles campos natais!Daquele céu de safiraQue se mira,Que se mira nos cristais!
Não amo a terra do exílio,Sou bom filho,Quero a pátria, o meu país,Quero a terra das mangueirasE as palmeiras,E as palmeiras tão gentis!
Como a ave dos palmaresPelos aresFugindo do caçador;Eu vivo longe do ninho,Sem carinho;Sem carinho e sem amor!
Debalde eu olho e procuro...Tudo escuroSó vejo em roda de mim!Falta a luz do lar paternoDoce e terno,Doce e terno para mim.
Distante do solo amado– Desterrado –A vida não é feliz.Nessa eterna primaveraQuem me dera,Quem me dera o meu país!
Lisboa –– 1855

As Primaveras falam de poesias onde existe uma saudade de quem fica distante do lugar amado -''Um dia – além dos Órgãos, na poética Friburgo – isolado dos meus companheiros de estudo, tive saudades da casa paterna e chorei.''

Felipe Gimenes Capuci nº 9
Marcelo Oliveira Lima Lopes nº 21

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Amar, Verbo Intransitivo - Mario De Andrade

Souza Costa é um pai de uma típica família burguesa paulista, Elza era uma alemã que tinha por profissão iniciar sexualmente os jovens. Professora do amor.
Souza Costa contrata Elza que por todo o livro é tratada como Fraulein que significa senhorita em alemão, com o intuito de que seu filho inicie sua vida sexual de forma limpa sem se sujar com prostitutas aproveitadoras.
Porem Carlos já não era mais virgem tinha iniciado sua vida sexual no Ipiranga em meio á farra de seus amigos. Ela dizia ser uma profissional seria e não gostaria de ser tomada como aventureira. Oficialmente Fraulein seria professora de Alemão e piano da família Souza Costa. Então ela entra no lar burguês de Higienópolis.
Devido Carlos ser muito pequeno Fraulein se ressente por não prender a atenção do menino no inicio. O fato é que Carlos realmente precisava ser educado. Todas as tardes Carlos e suas irmãs tinham aula de piano e alemão.
Fraulein criticava muito o jeito dos latinos, ela se sentia ser superior a eles pela sua raça, e lia incessantemente os clássicos alemães. A mãe de Carlos D-Laura vendo as intimidades dele com Elza resolve falar com ela para pedir que deixe a família, então Fraulein esclarece seu propósito de forma incrivelmente natural, e após uma conversa com o marido a mãe decide que é melhor para o seu filho. Carlos após ter tido a aula mestra começa a viciar-se em estudar e a freqüentar de noite a cama de Elza.Certamente a aula de Fraulein era muito boa. Mais isso era preocupante pois Fraulein acaba se envolvendo.
Depois disso era hora dela se despedir, tendo o trabalho concluído Souza Costa arma um flagra com Carlos e Elza e usa esse pretexto para separá-los dizendo que podia haver a gravidez indesejada ou casamento forçado.
Carlos reage para defender Fraulein mais não adianta nada.
Depois de algumas semanas Carlos volta a viver normal, depois de se recuperar, acidentalmente, ele avista Fraulein já em um novo trabalho e apenas a saudou com a cabeça, a vida continua para Fraulein que ainda iria seguir com 2 ou mais trabalhos ate voltar para sua terra. É como se Elza quisesse ensinar que o mais importante é aprender a amar intransitivamente para depois amar alguém transitivamente. Vê-se depois como a mãe do amor.

COMENTARIO
O romance é definido pelo autor como Idílio que significa uma pequena composição poética, campestre ou pastoril; amor simples e terno, sonho, devaneio. Não tem capítulos definidos, tem prosa telegráfica, expressionismo, construído através de flashs, resgatando o passado ou fixando o presente.
Mario de Andrade compara a vida dos estrangeiros. É considerado um livro para ser ouvido não lido.
Mario de Andrade criticava os valores brasileiros, deixando um certo ar de ` não tem jeito ` ` somos assim mesmo`. O que mais chama atenção é a utilização da teoria freudiana (grande paixão do autor).
A atitude de Souza Costa de contratar uma profissional do amor para realizar os serviços de baixo do seu teto revela determinados valores da burguesia da época.
Comporta-se como um novo rico da burguesia que acha que o dinheiro pode comprar tudo, ate a iniciação sexual.

Feito por : Leticia Kazama e Caroline Corazza 3º E.M Multiplus