domingo, 30 de agosto de 2009

vamos postar!


olá galera do Ensino Médio!
Quero ver vocês fazerem bonito por aqui! Afinal, vamos iniciar discussões sobre literatura!
Vamos postar seus seminários, resumos e comentários sobre as obras que vocês lerão durante o semestre!
Fiquem à vontade!

10 comentários:

  1. Estrela da vida inteira, de Manuel Bandeira

    A obra Estrela da vida inteira é a reunião das poesias completas de Manuel Bandeira. Neste livro é possível compreender toda a genialidade deste poeta, que fez com que sua obra seja eterna e passível de ser compreendida e sentida em qualquer época. Seu estilo lírico e ao mesmo tempo despojado certamente continuará atraindo milhares de gerações. Neste livro se encontram poemas que povoam o imaginário brasileiro e que são essenciais para a formação de qualquer leitor.

    O livro é, na verdade, um conjunto de livros do poeta recifense. São eles:

    Cinza das Horas (1917): Nele podemos perceber que o poeta, vindo da tradição simbolista e parnasiana, mantém com ela profundos laços e caminha, paradoxalmente, para uma ruptura dessa tradição.

    O que tu chamas tua paixão
    É tão somente curiosidade.
    E os teus desejos ferventes vão
    Batendo as asas na irrealidade...

    Curiosidade sentimental
    Do seu aroma,sua pele.
    Sonhas um ventre de alvura tal,
    Que escuro o linho fique ao pé dele

    (...)

    E acima disso, buscas saber
    Os seus instintos,suas tendências...
    Espiar-lhe na alma por conhecer
    O que há sincero nas aparências. (trecho de “Poemeto Irônico”)

    Carnaval (1919): Muito bem recebido pela nova geração da época e por parte da crítica especializada. É um livro sem unidade. Sob pretexto de que no carnaval todas as fantasias se permitem, segundo o próprio poeta, admitiu na coletânea uns fundos de gaveta, três ou quatro sonetos que não passam de pastiches parnasianos, e isto ao lado das alfinetadas dos `Sapo. O poema “Os Sapos” é uma sátira ao parnasianismo e foi lido por Ronald de Carvalho durante a Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922. O poema seria considerado uma espécie de hino nacional dos modernistas.

    Outro poema deste livro:

    Na velha torre quadrangular
    Vivia a Virgem dos Devaneios...
    Tão alvos braços... Tão lindos seios...
    Tão alvos seios por afagar... (em “Baladilha Arcaica”).

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  2. Esse livro Estrela da vida inteira reúne poemas de Manuel Bandeira é uma obra compreensivel de ser entendida em qualquer época.Estilo Lirico

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  3. "A Rosa do Povo"-Carlos Drummond de Andrade,é um livro de poesias onde ele destaca bastante a violência da Segunda Guerra, este tem uma ideia modernista, onde a poesia em sua maioria não segue regras, sequencia de rimas e estrofes.Carlos Drummond revela que não sabe direito qual o significado da poesia.
    Drummond com o poema "A flor e a máusea",encontrada em seu livro quer nos passar a ideia de dia-a-dia, cotidiano, sendo um dos principais poemas deste livro.
    Existe tambem a metalinguagem one CDA fala da poesia em si, o existencialismo tbm retratado por ele .
    Sendo um dos principais poemas de seu livro: " O medo", "Aporo", "Anúncio da rosa", "Resíduo", "O Elefante", "Carta ao Homem do povo Charles Chaplin e o famoso" e "Morte do leitero".

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  4. O amor natural e o projeto poético-pensante de Carlos Drummond de Andrade


    Leitura de O amor natural (1992) – livro póstumo de poemas eróticos – como coroação do projeto poético-pensante de Carlos Drummond de Andrade. Na construção da argumentação teórica, agenciam-se estudos críticos e historiográficos importantes no cenário brasileiro a respeito do poeta mineiro

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  5. 'Estrela da vida inteira' é a reunião das poesias completas de Bandeira, um dos poetas mais criativos e inovadores da literatura contemporânea. Ele inspirou o movimento modernista, criando versos livres que fugiam das amarras tradicionais, inovando na poesia brasileira, sem abandonar os estilos clássicos. Seus poemas, sempre atuais, são líricos e ao mesmo tempo bem humorados, com um estilo que consegue ser singelo e sarcástico.
    O Poema Felicidade de Manuel Bandeira retrata os problemas, mas existe uma profunda esperança e a Felicidade é maior que qualquer problema existente. É um poema lírico e bem humorado.

    Felicidade

    A doce tarde morre. E tão mansa
    Ela esmorece,
    Tão lentamente no céu de prece,
    Que assim parece, toda repouso,
    Como um suspiro de extinto gozo
    De uma profunda, longa e esperança
    Que, enfim cumprida,morre, descansa...


    E enquanto a mansa tarde agoniza,
    Por entre a névoa fria do mar
    Toda a minha alma foge na brisa:
    Tenho vontade de me matar!

    Oh, ter vontade de se matar...
    Bem sei é cousa que não se diz.
    Que mais a vida me pode dar?
    Sou tão feliz!


    -Vem, noite mansa...

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  6. Olhos Brilhando claramente com lagrimas não derramadas;
    Refletindo sobre todos estes anos perdidos;
    Tudo pelo que valia a pena viver foi embora;
    Irmão, está dificil continuar seguindo em frente.

    Caindo em direção ao Abismo;
    O Ceifador me abraça com seu beijo;
    Isso me faz me recusar a me preocupar;
    Ver tudo isso acontecendo é muito para suportar;

    Se esta é a maneira que acaba;
    Se esta é a maneira que minha raça acaba;
    Se é assim que ela acaba;
    Eu mal posso testemunhar...[2X]

    A Doença infecta á todos que eu amo;
    De algum jeito eu tenho que tirar minha alma daqui;
    Coração de agonia, desmaio esgotando minhas esperanças;
    Estou achando isso dificil de suportar...

    Porque mentirosos dominam o mundo com o veneno conquistador;
    Num deserto de barulho sem sentido;
    Não temos nenhuma chance com o nosso orgulho dormente
    Os heróis da nossa raça já morreram...

    De imaginar que isto tudo chegou a este ponto;
    Apatia e felicidade no suicidio
    Está tudo acabado menos o choro;
    Com um choramingo ao invés de do rugido do Leão!!

    A maior raça que já percorreu a Terra
    Agoniza uma morte lenta com uma felicidade insana;
    A tumba foi preparada, nossa raça traida;
    Homem branco, lute contra o vôo em direção a sepultura...

    Nao deixe acabar desse jeito...
    [Traduzido por Camargo!]

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  7. 'O Amor Natural' é sem dúvida o livro mais ousado do poeta Carlos Drummond de Andrade. Publicado após a morte do autor, trata do amor com uma linguagem desnuda, quase pornográfica, dividindo as opiniões sobre seu conteúdo. Muitos dos poemas foram compostos antes mesmo da década de 1970, e já freqüentaram algumas revistas eróticas. Durante sua vida, Drummond evitou publicá-los em livro, antes da revolução sexual e de costumes, por receio de serem confundidos com pornografia.

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  8. “Estrela da Vida Inteira” (1965) é uma obra que reúne as poesias completas de Manuel Bandeira, que se destaca em nossa literatura por solidificar a poesia modernista em todas as suas implicações: o verso livre, liberdade criadora, linguagem coloquial, irreverência e a ampliação das temáticas comumente usadas nesse período, cultivando a capacidade de extrair poesias das coisas mais simples do cotidiano.
    Foi a partir de temas até então considerados banais para a criação da “grande poesia”, como o quarto, o beco, o jornal, ações do cotidiano, que a coletânea “Estrela da Vida Inteira” revela poesias ricas em construção e significação, apesar de usar uma linguagem em que nada se ajusta aos moldes do simbolismo. “Poema tirado de uma notícia de jornal”, por exemplo, parece ser um recorte de notícia jornalística. Entretanto, é usando uma linguagem coloquial que ele combina crítica social com reflexão filosófica.

    “João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número
    Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
    Bebeu
    Cantou
    Dançou
    Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado”.
    (Estrela da Vida Inteira, p. 117)

    Os poemas desta coletânea tratam também de temas já exploradas por escritores de diversas estéticas, mas nesta obra assumem uma nova dimensão. A saudade, a infância e a solidão – temas constantes no Romantismo – apresentam uma postura crítica, de forma simples e despojada:

    “Então me levantei

    Bebi o café que eu mesmo preparei,

    Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei pensando…

    – Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei

    Apesar do poeta não ter participado da Semana de Arte Moderna ativamente, por considerar um exagero os ataques feitos aos simbolistas e parnasianos, “Estrela da vida inteira” é um misto das estéticas simbolistas, parnasianas e também modernistas que transparecem a estranheza do poeta frente ao mundo que o cerca e de que forma esses acontecimentos se refletem em seu ser íntimo. Assim, emerge desta coletânea a solidão, o humor, a indignação frente à poesia “pré-fabricada” – “Estou farto do lirismo comedido”, uma ironia por vezes amarga, a tristeza, a idealização de um mundo melhor, retratos de cenas cotidianas, certa descrença às vezes – “A vida… não vale a pena e a dor de ser vivida”.

    Alguns poemas famosos de “Estrela da vida inteira”:

    POÉTICA

    Estou farto do lirismo comedido
    Do lirismo bem comportado
    Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor.
    Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo
    Abaixo os puristas

    Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
    Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
    Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

    Estou farto do lirismo namorador
    Político
    Raquítico
    Sifilítico
    De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.

    De resto não é lirismo
    Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres etc.

    Quero antes o lirismo dos loucos
    O lirismo dos bêbados
    O lirismo difícil e pungente dos bêbados
    O lirismo dos clowns de Shakespeare

    - Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

    PNEUMOTÓRAX

    Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
    A vida inteira que podia ter sido que não foi.
    Tosse, tosse, tosse.

    Mandou chamar o médico:
    - Diga trinta e três.
    - Trinta e três… trinta e três… trinta e três…
    - Respire.

    - O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
    - Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
    - Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

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  9. O amor natural (1992) é um livro póstumo de Carlos Drummond deAndrade que merece nossa atençãotanto pelo trabalho lingüístico presenteem seus poemas quanto pela concepçãode amor que os rege. Partindo de umareflexão teórica sobre o tema do amor,apresentamos uma descrição geral dospoemas, por uma divisão temática, paraenfim trazer um panorama dos poemasque consideramos elucidativos daconcepção de amor que percorre o livrocomo um todo: a idéia de amorenquanto manifestação sexual capaz defundir dicotomias

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  10. Libertinagem (1930): Com a publicação deste livro, pode-se dizer que a poesia de Bandeira amadureceu definitivamente, no sentido de uma liberdade estética. Além disso, o poeta consolidou sua temática existencial e explorou com mais freqüência as cenas e imagens brasileiras. Poemas que se transformaram em clássicos: "Não Sei Dançar", "Pneumotórax", "Poética", "Evocação do Recife", "Poema tirado de uma Notícia de Jornal", "Teresa" e "Vou-me Embora para Pasárgada".

    Uns tomam éter,outros cocaína.
    Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria.
    Tenho todos os motivos menos um de ser triste.
    Mas o cálculo das probabilidades é uma pilhéria... (em “Não Sei Dançar”).

    Recife
    Não a Veneza americana
    Não a Mauritstadt dos armadores das Índias Ocidentais
    (...)
    Mas o Recife sem história nem literatura
    Recife sem mais nada
    Recife da minha infância. (em “Evocação do Recife”)

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