sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Iracema - José de Alencar

Iracema

Lenda criada por Alencar, Iracema explica poeticamente as origens de sua terra natal. A 'virgem dos lábios de mel' tornou-se símbolo do Ceará , e o filho, Moacir nascido de seus amores com o colonizador branco Martim representa o primeiro cearense, fruto da integração das duas raças.Em Iracema, a relação amorosa entre a jovem índia e o fidalgo português Martim, domina toda a obra.Toda a força poética do livro advém dessa relação amorosa; o demais, a saber, a natureza , a bravura selvagem, a lealdade do índio etc.., são elementos já tratados em O Guarani e posteriormente em Ubirajara. Por outro lado, a ação é reduzidíssima, o que dá ao livro um notável espaço lírico de que se valeu Alencar para escrever sua obra mais poética: a desorientação inicial de Martim, jovem fidalgo português, que se perdera nas matas; o surpreendente encontro com a jovem índia; a hospitalidade do selvagem brasileiro; o ciúme do guerreiro; o amor entre os representantes das duas raças: Iracema e Martim; a nostalgia de Martim por sua terra natal, suas viagens e a tristeza de Iracema com a mudança inesperada de seu amado; o nascimento de Moacir, filho de dor, e a morte de Iracema... Essa é praticamente a síntese da fábula do livro.

Resumo da obra
Iracema , a virgem tabajara consagrada a Tupã, apaixona-se por Martim, guerreiro branco inimigo dos tabajaras. Por esse amor abandona sua tribo, tornando-se esposa do inimigo de seu povo. Quando mais tarde percebe que Martim sente saudades de sua terra e talvez de alguma mulher, começa a sofrer. Nasce-lhe o filho, Moacir, enquanto Martim está lutando em outras regiões. Ao voltar, ele encontra Iracema prestes a morrer. Parte, então com o filho para outras terras.Destaca-se, nesta obra , a linguagem bem elaborada de Alencar. O estilo é artisticamente simples, procurando recriar a poesia natural da fala indígena, plena de comparações e personificações, o que dá ao livro as características de um verdadeiro poema.

Iracema foi publicado em 1865, num período em que a literatura nacional procurava firmar sua autonomia diante da portuguesa. José de Alencar se imbuiu desde seus primeiros escritos no projeto romântico de criação de uma linguagem literária própria e que pudesse estar à altura de produção romanesca européia, sem trair a cor local, sua raiz e tradições.
A exemplo do romantismo europeu, que procurava pesquisar suas raízes culturais e históricas, Alencar fez o mesmo em relação ao Brasil, e, voltando-se para o período de colonização da terra, realizou uma real pesquisa etimológica (origem das palavras) do tupi.

Somada à pesquisa linguística, o autor empreendeu também pesquisa histórica para compor com maior fidelidade o séc. XVIII, em que ambientou a tragédia história de Iracema; recorreu a alguns personagens reais como o Poti e português Martim, este que foi de fato um dos primeiros colonizadores do Ceará. O compromisso com uma argumentação histórica era necessário ao projeto romântico, afinal ambicionava-se reconstruir o passado nacional e exaltá-lo; quando os europeus voltavam-se para Idade Média, o Brasil recapitulava sua colonização e para tal carência de informações que a sustentasse, ainda que o lirismo e a fabulação estivessem acima do historicismo, afinal tratava-se de literatura.

Os feitos de Alencar não foram pequenos em Iracema e não é exagero afirmar que ele logrou muito do que buscava desde do seu ensaio de 1850. Aprofundando-se na língua tupi, ampliou a perspectiva na língua romanesca, literariamente fundou uma identidade nacional, e uma perspectiva da colonização do Brasil e da América que até hoje não pode ser descartada.

José de Alencar

O cearense Jose de Alencar (1829-1877) foi o mais importante romancista da fase romântica, social-urbanos e históricos, . Formou-se , em Direito e atuou como jornalista, além de ter sido eleito deputado por duas vezes. Em 1868 e 1870, ocupou o cargo de ministro da Justiça.
Como escritor, escreveu romances indianistas, regionalistas, social-urbanos e históricos. Escreveu também peças de teatro, como a Mãe e o Jesuítas, e diversas crônicas.
Foi como o romance indianista que Alencar ganhou projeção nacional. Obras como O guarani, Iracema e Ubirajara, deram-lhe a oportunidade de rediscutir, reavaliar e traçar um painel paisagístico de rara beleza de nosso país.
Alencar buscava inspirações nos grandes cavaleiros medievais europeus para dar forma a seu erói – no caso, o indígena -, como o personagem Peri, de O Guarani. Não via meio mais eficaz do que em comunhão com a natureza.
Fontes

http://www.algosobre.com.br/resumos-literarios/iracema.html
ALENCAR, José de – Iracema. Comentários e notas Luciana Miranda Penna. Série Lazuli Clássicos
Apostila 3º volume, 1ª série do Ensino Médio

Alunas:
Bárbara Ambrósio Nº4
Loana Matu Nº18
Maria Paula Arruda Nº22 - 1º E.M.

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